Banca de DEFESA: SOILA CANAM

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SOILA CANAM
DATA : 25/07/2024
HORA: 14:00
LOCAL: unemat on line
TÍTULO:

A PLANTA TEXTO: UM ESTUDO SEMÂNTICO ENUNCIATIVO SOBRE AS FORTALEZAS CONSTRUÍDAS ENTRE OS SÉCULOS XVII E XVIII EM MATO GROSSO


PALAVRAS-CHAVES:

Semântica do Acontecimento. Articulação e reescrituração. Elementos verbais e não verbais. Fortalezas. Planta texto.


PÁGINAS: 141
RESUMO:

Esta tese pertence à área de concentração Estudo de Processos Linguísticos, inscrita na linha de pesquisa Estudos dos Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (PPGL/UNEMAT). Nosso objetivo geral foi fundamentar as plantas arquitetônicas como um texto, a partir da articulação dos elementos verbais e os não verbais que as integram, e as fazem significar enquanto tal; É importante dizer que este estudo considera o não verbal como um elemento que funciona no acontecimento de linguagem como algo que significa o real, porém, não o tomamos isoladamente, mas sim, articulado ao verbal. Além disso, especificamente, buscamos identificar os modos de reescrituração dentro dessa planta texto e em outros textos referentes aos fortes; Também buscamos mostrar o funcionamento morfossintático dos nomes que nomeiam as fortalezas, ao serem designadas projetam sentidos ora relativos à Portugal, ora homenagem a realeza portuguesa. Para isso, nossa base teórica é a Semântica do Acontecimento desenvolvida pelo semanticista Eduardo Guimarães (2009, 2017, 2018), em consonância com Karim (2012, 2021), Dias (2013, 2018) e Oliveira (2020). Nosso corpus é composto por enunciados verbais e não verbais presentes nas plantas arquitetônicas dos fortes construídos em Mato Grosso no final do século XVII e início do XVIII durante o Brasil Colônia, período em que Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul, ainda, integravam a Capitania de Mato Grosso. Assim, nosso material de análise é composto por duas fortalezas, ou mesmo praças[1] fortificadas, o Forte de Coimbra (1776) e o Real Forte do Príncipe da Beira (1777). Articulados às plantas utilizamos também recortes de enunciados verbais que integram diversos tipos de textos como ata de fundação das fortalezas, artigos científicos, teses, dissertações e capítulo de livros.  A pesquisa na Semântica do Acontecimento nos permitiu observar como a  ciência da linguagem consegue observar os sentidos dos nomes das fortalezas considerando os aspectos social – cultural – histórico instalados numa temporalidade que os fazem significar o que significam no presente da enunciação. Assim, foi possível mostrar a dinamicidade dos sentidos produzidos no presente da enunciação, isso quer dizer que, o termo fortaleza constitui um passado memorável, por isso, ao ser enunciado neste momento, não tem o mesmo sentido de quando foi enunciado no período colonial. Dizer fortaleza, hoje, é significá-las enquanto República Federativa do Brasil. Dizer fortaleza, recortando um passado enunciativo do Brasil colonial significa produzir sentidos como invasão territorial, assassinatos, Coroa Portuguesa, realeza, expedições marítimas, poder, política, fronteiras, tráfico de pessoas e extermínio de etnias indígenas. De modo geral, esses são alguns sentidos projetados pela expressão “Forte”. Com isso, vale destacar que a importância dessa pesquisa se dá pelo fato dessa corrente teórica nos possibilitar olhar para a planta arquitetônica dos fortes vislumbrando a articulação entre os elementos verbais e não verbais que a constituem e a significam enquanto unidade de sentido, como uma planta texto, além de, entendermos que a constituição dos sentidos projetados pelos enunciados que dizem sobre elas transcende a espacialidade territorial até chegar na constituição da sociedade brasileira. Isso quer dizer que ao enunciarmos planta texto do forte X, estamos enunciando um passado cujos termos escravatura, pobreza, quilombo, desigualdade social e racismo são desvelados em suas gênesis. A origem dos sentidos dessas expressões é constituída nesse passado que deu origem ao território brasileiro. Assim, esperamos que nosso trabalho possa contribuir junto aos estudos da significação, a fim de fortalecer as discussões e reflexões sobre a planta texto a partir da Semântica enunciativa.



[1] Este termo é utilizado por Fortes como um sinônimo para Forte ou Fortaleza.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 37199002 - TAISIR MAHMUDO KARIM
Interno - 73774008 - PAULO CESAR TAFARELLO
Externo ao Programa - 313839002 - LUCAS AUGUSTO SOUZA PINTO ALVARES
Externo à Instituição - 842.897.837-91 - MARLON LEAL RODRIGUES - UEMS
Externa à Instituição - 592.690.301-72 - ROSIMAR REGINA RODRIGUES DE OLIVEIRA - UNIFESSPA
Notícia cadastrada em: 28/06/2024 07:51
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