EXTRATOS DE Apeiba tibourbou Aubl. PODEM SER UMA ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA O CONTROLE DE Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae)?
Inseticidas vegetais; Lagarta desfolhadora; Metabólitos secundários; Solventes polares e apolares.
O Brasil se destaca como grande produtor agroflorestal e assim, quanto maior a área plantada, maiores são os prejuízos causados por insetos-praga nos plantios, entre eles pode-se destacar a lagarta Spodoptera frugiperda (J.E.Smith). Considerando o crescente aumento de produtos fitossanitários usados nos plantios para controlar diferentes espécies de insetos-praga, a fim de evitar riscos a saúde humana e ao meio ambiente, vem crescendo os estudos com inseticidas vegetais. Entre essas plantas com potencial inseticida destaca-se Apeiba tibourbou Aubl. pertencente a família Malvaceae, que ocorre em regiões tropicais da América do Sul e Central e no território brasileiro na região da Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, popularmente conhecida como pente-de-macaco ou pau-de-jangada. Esta espécie apresenta uma grande diversidade de metabólitos secundários com uma variedade de compostos químicos que atuam no mecanismo de defesa contra a herbivoria, como os esteroides, terpenoides, alcaloides, saponinas além de substâncias fenólicas, como taninos e flavonoides. Assim este trabalho apresenta dois capítulos, o primeiro avalia a bioatividade de extratos hidroetanólicos da folha e casca de A. tibourbou em diferentes concentrações sobre S. frugiperda em bioensaios por contato e ingestão. Foram preparados extratos hidroetanólicos da folha e casca nas concentrações de: 0, 2, 4, 6 e 8%, e avaliou-se a mortalidade em decorrência dos dias até o final do período larval, peso das lagartas, peso de pupa, tempo larval e pupal. Observou-se que os extratos tiveram efeitos significativos na duração do tempo larval e pupal, provocando o alongamento destas fases, e apresentando uma mortalidade de 40% das lagartas de Spodoptera nas menores concentrações ao final do período larval. No segundo capítulo analisou-se a toxicidade de extratos produzidos com diferentes solventes de A. tibourbou em S. frugiperda. Para isso utilizou-se para o preparo dos extratos da folha e casca diferentes solventes: hexano, acetona, acetato de etila e álcool metílico em bioensaio de Ingestão com dieta artificial e dieta natural com couve (Brassica oleracea). Observou-se nos bioensaios realizados que houve uma maior mortalidade das lagartas quando estas foram submetidas aos extratos a base de hexano e estes também apresentaram interferência no desenvolvimento das lagartas. Desta forma a espécie Apeiba tibourbou apresenta-se como uma espécie promissora para controle de S. frugiperda.