Estudo integrado na bacia hidrográfica do rio Teles Pires inserida na Amazônia Mato-Grossense: Avaliação de técnicas de semeadura direta, levantamento das Áreas de Preservação Permanente e diagnóstico das redes de sementes e viveiros florestais.
Gestão ambiental, Recursos hídricos, Restauração florestal, Insumos florestais, Áreas degradadas, Geoprocessamento.
A degradação florestal implica na perda da biodiversidade, impacta nos recursos hídricos, afeta nas condições climáticas e ocasiona consequências socioeconômicas. Dessa forma, promover a recuperação de áreas degradadas é fundamental para o reestabelecimento dos ecossistemas, além do diagnostico em âmbito conjunto dos passivos ambientais e da oferta de insumos florestais subsidiar tomadas de decisões vinculados à gestão ambiental. O objetivo do estudo foi avaliar a progressão da restauração florestal através de diferentes técnicas do método de semeadura direta, realizar o levantamento das Áreas de Preservação Permanente (APPs) através de geotecnologias, e identificar as redes de sementes e viveiros florestais na região da bacia hidrográfica do rio Teles Pires inserida na Amazônia Mato-Grossense. A avaliação da semeadura direta foi realizada por meio do monitoramento semestral até os 30 meses pós-semeadura, identificando e quantificando os regenerantes nativos, e concomitantemente, a seleção de indivíduos de três espécies a fim de mensurar as váriaveis morfométricas objetivando avaliar se as técnicas influenciavam no desenvolvimento das espécies. Os indices avaliados foram de diversidade, equitabilidade e dominância, e a comparação entre as técnicas avaliadas foi realizada pelo teste estatístico Mann-Whitney U. O levantamento das APPs na região de estudo foi realizado através da manipulação de bases cartográficas no software ArcMap utilizando a função Modelbuilder, que delimitou-as de acordo com as regras da Lei federal 12.651/2012. O diagnóstico das redes de sementes e viveiros florestais foi conduzido por meio de pesquisa exploratória quanti-qualitativa, utilizando consultas ao RENASEM (Registro Nacional de Sementes e Mudas), a órgãos municipais de meio ambiente e secretarias de agricultura para identificação das estruturas existentes na região, com posterior contato com as unidades de produção para obtenção das informações adicionais. Nas condições deste estudo observou-se que, ambas as técnicas de semeadura direta apresentaram eficiência no estabelecimento inicial dos indivíduos, mas ao longo do período de monitoramento, observou-se diferenças, sendo que a área 1 (semeadura a lanço) apresentou maior diversidade, densidade e, consequentemente, maior taxa de sobrevivência. Em contrapartida, no que se refere ao desenvolvimento das espécies avaliadas, foi constatado melhores resultados morfométricos para indivíduos da área 2 (semeadura em covetas) considerando as maiores medianas. No levantamento das APPs obteve-se dados preliminares relativo aos resultados para o município de Paranaíta, constituindo 5% dos dados de delimitação e análise das APPs. Foram identificadas os viveiros florestais e redes de sementes existentes no município de Alta Floresta, permitindo a caracterização inicial da cadeia de produção, resultando em sete unidades produtivas, com seis destinados à produção de mudas, os quais totalizaram uma capacidade máxima de 2,3 milhões mudas/ano, e uma unidade de produção de sementes, com capacidade máxima de 8,8 toneladas/ano. A semeadura direta demonstrou-se eficiente para o estabelecimento inicial de regenerantes nativos, com desempenho variável entre técnicas utilizadas. O mapeamento das APPs e o levantamento de viveiros e redes de sementes fornecem subsídios essenciais para a gestão ambiental da bacia Teles Pires.