AS REPRESENTAÇÕES DO POVO MOÇAMBICANO COLONIZADO, NO ROMANCE “O ALEGRE CANTO DA PERDIZ”, DE PAULINA CHIZIANE
Paulina Chiziane; Moçambique; Colonialismo; Literatura e Política
O objetivo central dessa pesquisa é analisar, no romance O alegre canto da perdiz (2008), de Paulina Chiziane, a representação do povo moçambicano colonizado. A fundamentação teórica, para o desenvolvimento da pesquisa, é constituída por estudos e reflexões acerca das relações entre literatura, história, política e sociedade, de estudiosos como: Antonio Candido (2000), Alfredo Bosi (1992 e 2013) e Benjamin Abdala Júnior (2007); bem como por estudos e pesquisas que permeiam as concepções e processos de constituição da identidade, da memória e do multiculturalismo como Stuart Hall (2013 e 2019). Dessa forma, optou-se por um estudo que visa a analisar a situação político-social de Moçambique de um ponto de vista mais crítico, para compreender os principais aspectos que orientam a representação da história do período colonial na obra de Paulina Chiziane. A leitura de um texto de literatura africana torna-se um lugar de múltiplas filtragens, desfigurações e reconfigurações. Se a escrita é uma prática social, com uma função social bem precisa na África, herança que subjaz, parcialmente, da literatura, o sentido é uma construção social, caracterizada pela participação do escritor e do leitor no acontecimento do discurso. A narrativa de Paulina Chiziane evidencia uma sociedade marcada pelas ideologias da colonização, pela submissão e pela opressão colonial até os dias atuais.