CRÔNICAS E CONTOS NAS FRONTEIRAS DOS GÊNEROS NARRATIVOS: FIXAÇÕES, TERRITÓRIOS E DIFUSÕES
Gêneros Narrativos, Escritores de Língua Portuguesa Acontecimento, Crônica, Conto.
Esta pesquisa trata de dois gêneros narrativos: o conto e a crônica. Dadas as fronteiras difusas entre essas duas categorias textuais, o objetivo desta investigação é ampliar as discussões em torno dos territórios de abrigo do conto e da crônica, sem presumir, no entanto, que se possa constituir fronteiras definitivas. Parte-se da hipótese de que, de alguma forma, a percepção do acontecimento é fundamental para certa fixação de territórios: pressupõe-se que o acontecimento impacta mais nos personagens, enquanto, na crônica, o acontecimento impacta mais no narrador. Com tais premissas, a pesquisa se desenvolve com estudos específicos sobre a crônica e sobre o conto, destacando escritores que evidenciaram esses gêneros, em Língua Portuguesa, com maior ênfase em autores brasileiros. Serão analisados crônicas e contos de Mia Couto, de Moçambique, Florbela Espanca e Saramago, de Portugal, e, do Brasil, Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Marina Colasanti, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Conceição Evaristo. No aporte teórico, tem-se alguns livros e autores que tratam da crônica e do conto, como gêneros literários, e livros e autores que tratam de aspectos teóricos das narrativas, podendo-se destacar: Jornalismo opinativo (2003), de José Marques de Melo, Os Gêneros do discurso (2016) e Questões de Literatura e de Estética (1993), de Mikhail Bakhtin, Magia e técnica, arte e política (1994), de Walter Benjamin, Formas simples (1976), de André Jolles, Formas breves (2004), de Ricardo Piglia, Crônica brasileira contemporânea (2005), de Manuel da Costa Pinto e Decálogo do perfeito contista (2009), de Horácio Quiroga.