LITERATURA FANTÁSTICA CONTEMPORÂNEA: os insólitos corpos na obra Contos estranhos de Eduardo Mahon
Literatura fantástica. Contos contemporâneos. Contos estranhos, Eduardo Mahon.
Este trabalho tem por objetivo analisar a manifestação do insólito nos corpos das personagens nas narrativas curtas que integram a obra Contos estranhos (2017) do escritor mato-grossense Eduardo Mahon. Por meio da manifestação do evento insólito na vida cotidiana, as personagens sofrem alterações em várias partes do corpo como marcas simbólicas do sistema histórico, social e cultural. Pautados em estudos bibliográficos e analíticos, a análise dos contos pelo viés do fantástico contemporâneo expõe o absurdo que é a condição humana que se instaura nas narrativas com a transgressão da realidade e os interditos, características que são próprias do mundo contemporâneo. A pesquisa busca, também, apresentar possíveis diálogos entre as narrativas presentes na obra em estudo com textos clássicos. Desse modo, a base teórica que sustenta e distingue o gênero fantástico contemporâneo deu-se por Todorov (1975), Calasans (1988), Roas (2014), Pierini (2017), Sartre (2005) e Alazraki (2001). A perspectiva de análise ganha relevância a partir da noção de corpo como sistema simbólico de significação proposto por Rodrigues (2016) e as relações de saber e poder defendido por Foucault (1988, 2010). No que se refere ao contexto do pós-modernismo, Eagleton (1998) e Fernandes (2019). Em relação à História da Literatura produzida em Mato Grosso, destacamos as contribuições de Magalhães (2001) e Castrillon Mendes (2020). Sobre a teoria do conto contemporâneo, nos embasamos em Piglia (2004), Gotlib (2006), Cortazar (2008), Poe (2011), Bosi (2015) e Junior (2019) com os elementos de leitura da narrativa, entre outros teóricos e pesquisadores que contribuem para essas reflexões. A pesquisa busca contribuir para os estudos de crítica da literatura fantástica contemporânea produzida em Mato Grosso, bem como dar visibilidade a obra e ao escritor.