Banca de QUALIFICAÇÃO: EDER CORREA FERMIANO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EDER CORREA FERMIANO
DATA : 24/09/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Web conferência
TÍTULO:

COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DE COMUNIDADE DE ANUROS EM ÁREAS DE ECÓTONO DE CERRADO, PANTANAL E AMAZÔNIA NO SUDOESTE DE MATO GROSSO


PALAVRAS-CHAVES:

Anfíbios, Anurofauna, Composição, Florestas Semidecíduas, Fragmentação, Ecótono.


PÁGINAS: 41
RESUMO:

As diversas atividades inerentes a espécie humana culminaram em ampla modificação nos ambientes naturais, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. O desmamento tem como consequência direta a redução e isolamento dos hábitats, potencializando efeitos deletérios deste processo. Com isso, diversos grupos de organismos podem ser afetados, influenciando em aspectos de composição, riqueza e abundância e mesmo distribuição. A região Sudoeste do estado de Mato Grosso foi intensamente desmatada principalmente para uso da pecuária a partir da década de 1970, e apesar disso, poucos estudos se propuseram a analisar as respostas de diferentes grupos frente a essas alterações. No estado, as informações para anfíbios se concentraram principalmente em porções de Cerrado, áreas do Pantanal e no norte de Mato Grosso onde é ocupado pelo bioma Amazônia, resultando em lacunas sobre aspectos básicos das espécies de ecótono. Neste sentido, considerando a carência de informações sobre o grupo e em função da pressão exercida pelas atividades pecuárias nesta região, este estudo se propôs aos seguintes objetivos: analisar a composição, riqueza e abundância de anuros em zona ecotonal e ainda como as variáveis fisicas e ambientais influenciam nestes padrões em fragmentos florestais. As amostragens dos anuros foram realizadas em 21 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, presente na ecorregião de Florestas secas do Chiquitano na porção sudoeste de Mato Grosso. As coletas de dados ocorreram nos anos de 2002 a 2004 nos meses de dezembro a fevereiro (estação chuvosa) e junho a agosto (estação seca), com campanhas de 10 dias em cada fragmento. Os fragmentos 1 a 9 foram amostradoos em ambas as estações e os demais, apenas em uma ocasião, sendo de 10 ao 14 durante a estação chuvosa e de 16 ao 23 durante a estação seca. Em cada fragmento foram instalados seis conjuntos de armadilhas do tipo pitfall, com o primeiro sendo disposto na matriz de pastagem, a 50 metros da borda, o segundo na borda e os quatro subsequentes a cada 50 metros com sentido ao núcleo dos fragmentos. Cada conjunto foi construído com cinco baldes de 24 litros enterrados a cada 10 metros e interligados por cercas-guia de 80cm de altura. O esforço amostral resultou em 839 indivíduos de 24 espécies de anuros e oito famílias. Physalaemus albonotatus (n= 172) e Rhinella margaritifera (n= 114) representaram as maiores abundâncias e também os maiores índices de frequência, ocorrendo em 76,19% (n= 16) das áreas. Leptodactylidae com 13 espécies foi a família mais representativa, seguida por Microhylidae (n=3 spp.), Bufonidae e Hylidae (n=2 spp.) e Craugastoridae, Dendrobatidae, Odontophrynidae e Phyllomedusidae com apenas uma espécie. Houve forte correlação da riqueza e abundância das espécies com o período chuvoso. A riqueza representa cerca de 19% da diversidade anurofaunística do estado de Mato Grosso. As espécies deste estudo são em sua maioria comuns em domínios fitogeográficos abertos e com maior plasticidade ambiental, sendo mais similares a composição de espécies do Cerrado, Pantanal e adjacências do que às composições de ambientes de florestas úmidas da Amazônia. A intensa fragmentação florestal nesta porção do estado pode ter levado a substituição de espécies com maiores exigêngias fisiológicas por outras com maior plasticidade e consideradas generalistas quanto ao uso do hábitat. Apesar disso registramos, em nosso estudo, espécies comumente associadas a ambientes florestais como Leptodactylus petersii, Lithodytes lineatus, Osteocephalus aff. taurinus e Rhinella margaritifera. Outras, apesar de ocorrer em áreas abertas não apresentam adaptações a distúrbios antropogênicos. Além disso, registramos espécies endêmicas do Cerrado (Pristimantis dundeei) e desta região (Proceratophrys strusmannae), reforçando a importância destas áreas para a conservação das espécies. Ademais, dentre nossos registros, ampliamos a distribuição geográfica conhecida para a espécie Lithodytes lineatus no sudoeste do estado de Mato Grosso. A partir de seis novos indivíduos ampliamos sua distribuição em 320 km ao sul de sua ocorrência mais próxima, na Bolívia.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 80970002 - DIONEI JOSE DA SILVA
Interno - 279342001 - DANIELLE STORCK TONON
Externo ao Programa - 71440008 - MANOEL DOS SANTOS FILHO
Externo ao Programa - 118188001 - ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
Notícia cadastrada em: 21/08/2020 10:43
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