Banca de QUALIFICAÇÃO: NATASHA RAYANE DE OLIVEIRA LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NATASHA RAYANE DE OLIVEIRA LIMA
DATA : 10/04/2024
HORA: 16:00
LOCAL: Sala virtual do google meet
TÍTULO:

SAÚDE E AMBIENTE NA AMAZÔNIA LEGAL: uma abordagem integrada de indicadores de saúde, qualidade do ar e mudanças climáticas.


PALAVRAS-CHAVES:

mudanças climáticas, incêndios florestais, temperatura, indicadores de morbimortalidade.


PÁGINAS: 120
RESUMO:

A Amazônia Legal brasileira enfrenta um intenso processo de desmatamento, que somado ao contexto de mudanças climáticas e de fragilidades dos órgãos de fiscalização ambiental, resultou no aumento da frequência e intensidade dos incêndios florestais, cuja emissão de poluentes e aumento da temperatura representam importante ameaça à saúde humana. Esta tese é apresentada em três manuscritos, e tem por objetivo analisar os indicadores de saúde definidos por morbidade e mortalidade, impactos da exposição à poluição atmosférica, bem como, a associação entre mortalidade geral e por doenças cardiopulmonar relacionadas e o aumento da temperatura média diária na Amazônia Legal e entorno nas duas últimas décadas (2010 – 2021). O primeiro manuscrito apresenta uma análise da situação de saúde por meio de indicadores de morbimortalidade e comparação intra e interestadual da região e Brasil. Foram realizadas análises temporais e espaciais com identificação de clusters no período de 2010 a 2021. As doenças do aparelho circulatório destacaram-se como a principal causa de morte, representando 23% dos óbitos. Adicionalmente, 52,6% dos óbitos infantis ocorreram no período neonatal precoce, com a taxa de mortalidade infantil acima da média nacional. A razão de mortalidade materna também foi elevada entre 2010 e 2021. As taxas de doenças como Chagas, AIDS, hanseníase, leishmaniose tegumentar americana e tuberculose permaneceram acima da média nacional. Localidades nos extremos da Amazônia Legal, como São Gabriel da Cachoeira, Vale do Acre, sul Mato-Grossense, além das capitais Belém e São Luís, configuram áreas de alto risco para os desfechos analisados. O segundo manuscrito estimou o impacto na mortalidade e hospitalizações por doenças respiratórias e circulatórias decorrentes da exposição ao material particulado fino (PM2,5)nos residentes da Amazônia Legal e entorno. A exposição de curto prazo ao PM2,5 foi associada a um total de 15.622 (3%) óbitos por doenças cardiovasculares e 8.042 (3,8%) óbitos por doenças respiratórias, além de 23.439 (1,3%) internações por doenças cardiovasculares e 108.868 (3,9%) internações por doenças respiratórias. A sub-região com maior concentração de (PM2,5) foi o Arco do Desmatamento, e a capital Porto Velho-RO registrou as maiores exposições médias diárias. No terceiro manuscrito, estimou-se as curvas exposição-resposta entre temperatura e os desfechos de saúde, que serão aplicadas nas projeções e quantificação da fração atribuível dos óbitos. No período de 2010 a 2019, foram registrados 319.474 óbitos no grupo etário dos idosos e 535.300 óbitos em toda a população por todas as causas. Para as doenças cardiopulmonares, ocorreram 150.168 óbitos no grupo etário dos idosos e 202.898 óbitos na população geral. A temperatura média diária variou de 25,4 ºC em Rio Branco a 26,9 ºC em Boa Vista. As temperaturas de risco mínimo para mortalidade geral variaram entre 23,9 ºC e 27,7 ºC para idosos, e de 23,7 ºC a 26,8 ºC para a população total. As curvas de exposição-resposta mostraram diferentes padrões entre as capitais, destacando a complexidade das relações entre temperatura e mortalidade. Diante dos desafios apresentados pelos resultados deste estudo, conclui-se que é necessário priorizar medidas de adaptação e intervenções de saúde pública específicas para mitigar os efeitos adversos da temperatura elevada, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como os idosos, bem como para reduzir os impactos da exposição ao material particulado fino e a morbimortalidade na região. Esses resultados oferecem subsídios valiosos para embasar a formulação de políticas e estratégias públicas destinadas a mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas, especialmente no setor da saúde.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 82314101 - ELIANE IGNOTTI
Interno - 83200001 - AUREA REGINA ALVES IGNACIO
Interno - 118188003 - ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
Interno - 181.924.407-53 - SANDRA DE SOUZA HACON - Fiocruz - RJ
Externo à Instituição - 002.523.781-05 - BEATRIZ FATIMA ALVES DE OLIVEIRA - Fiocruz - RJ
Externo à Instituição - 093.449.757-52 - Ludmilla da Silva Viana Jacobson - UFF
Notícia cadastrada em: 20/03/2024 16:30
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