O FENÔMENO INSTAPOESIA NA CULTURA DIGITAL: estudos sobre poesias de autoria feminina veiculadas por meio das redes sociais
Literatura digital; instapoesia; desconstrução; autoria feminina.
O avanço tecnológico, que ganhou grande força no século XXI, propiciou mudanças significativas nas mais diversas áreas da sociedade. Sendo a arte e a cultura produtos humanos, estão sujeitas às influências históricas, políticas e sociais do contexto em que são produzidas. Nessa perspectiva, o meio virtual impulsionou a consolidação de uma arte digital – ou “ciberarte” – que permite a exploração de múltiplas formas de expressão, tanto das artes visuais quanto da literatura. Nesse contexto, a instapoesia, um produto dessa forma virtual de fazer e ler literatura, provoca reflexões sobre sua estrutura e legitimidade ao mesmo passo que contribui para a visibilidade de autores historicamente marginalizados pelo mercado editorial, reforçando movimentos femininos na esfera digital. Tendo isso em vista, a pesquisa investiga como se configura esse fenômeno na cultura digital através do protagonismo feminino na cena contemporânea. A metodologia empregada é a crítico-bibliográfica, partindo de revisão bibliográfica de estudiosos da área, como Pierre Lévy (1999), Katherine Hayles (2009) e Lucia Santaella (2021; 2022); acerca do contexto histórico digital atual, de filósofos como Umberto Eco (1979) e Theodor W. Adorno (2021) e sobre suas implicações para a composição de uma cibercultura e de posições ideológicas e polarizadas quanto à emergência e integração dos produtos de massa e das novas tecnologias; bem como pretende expor como ocorreu sua emergência, fundamentando-se na teoria da desconstrução proposta por Jacques Derrida (1973) e nas contribuições sobre o subgênero de Mayra Lynn Assink (2019); e debater a questão da autoria feminina e os espaços ocupados por mulheres na lírica em tempos digitais a partir da contribuição de pesquisadoras como Lucia C. Branco e Ruth S. Brandão (2004) e Judith Butler (2017). Acredita-se na necessidade de que os estudos literários sejam abertos aos estudos de literatura digital, tendo em vista que a web 4.0 se configura também como um espaço de expansão do gênero lírico e de textos de autoria feminina.