EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA PÓS – QUEIMADAS NO PANTANAL
Incêndios florestais, Solo, Dióxido de carbono, Organismos edáficos.
O número de focos de incêndio tem aumentado significativamente nos últimos anos. Especialistas afirmam que a causa está associado ao aquecimento global que vem diminuindo a umidade do solo pelo consequente aumento na temperatura global do planeta, o que deixa a vegetação seca, tornando-a um ótimo combustível para a propagação do fogo. A passagem do fogo deixa suas marcas também no solo, não só pelas cinzas, mas alterando seus ciclos biogeoquímicos, metabolismo microbiano bem como o fluxo de CO2 para a atmosfera. Este estudo foi realizado no Pantanal mato-grossense, no município de Cáceres-MT, em solo queimado e solo natural (que não passou por queima) com o objetivo de identificar se a passagem do fogo influencia o fluxo de CO2 do solo para atmosfera e quais variáveis ambientais são afetadas e os impactos que o fogo causa sobre os organismos edáficos presentes no solo. Os dados demonstraram que o fluxo de CO2 para o solo natural foi de 32.049,12 ± 25.893,62 mg.m-2.dia-1 e para o solo queimado foi de 20.749,89 ± 22.152,18 mg.m-2.dia-1, uma perda significativa de carbono no solo em decorrência da queima da biomassa vegetal e de muitos microrganismos que são componentes fundamentais para o ciclo de CO2 no solo através de seu metabolismo e respiração. Entre as variáveis ambientais analisadas, a umidade possui maior relevância, determinando as taxas de emissões de CO2, onde o aumento da umidade em solo queimado, aumenta o fluxo de CO2 de maneira considerável. A temperatura é outra variável importante, não estando ligada diretamente com as emissões de CO2, mas controlando a taxa de umidade do solo. Os dados demonstraram também que há resistência de alguns grupos microbianos ao fogo, grupos bacterianos como Firmicutes, Proteobacteria, Chloroflexi, Actinobacteria e Bacterioidota possuem tal resistência por serem grupos formadores de esporos, sendo também grupos de rápida reprodução e rápido metabolismo, sendo eles responsáveis por recolonizarem os locais atingidos pelo fogo.