Esta tese de doutorado reúne e integra quatro estudos complementares sobre o mercado de créditos de carbono, suas dinâmicas científicas, normativas, aplicadas e ambientais, oferecendo uma perspectiva ampla e atualizada sobre o tema. O primeiro capítulo realiza uma análise bibliométrica internacional que traça o panorama da produção científica sobre créditos de carbono desde o Protocolo de Quioto até a COP28, identificando os principais autores, países, periódicos e lacunas temáticas, com destaque para os riscos regulatórios e o papel emergente de tecnologias como blockchain. O segundo capítulo investiga os desafios regulatórios do mercado de carbono no Brasil, centrando-se na Lei nº 15.042/2024 e suas limitações quanto à definição de metas, abrangência setorial e garantias de integridade ambiental. A análise evidencia a necessidade de políticas mais robustas e integradas, bem como maior envolvimento das comunidades tradicionais afetadas. O terceiro capítulo analisa a viabilidade econômica da compensação de emissões por meio da aquisição de créditos de carbono em comparação com estratégias internas de redução em uma universidade pública estadual, aplicando modelagem baseada no GHG Protocol e na legislação vigente. Os resultados apontam maior custo-benefício em ações estruturais de mitigação direta, reforçando o papel das instituições públicas na mitigação das emissões de gases do efeito estufa. Por fim, o quarto capítulo avalia a dinâmica espaço-temporal do carbono orgânico do solo em Mato Grosso (1985–2023), revelando como o desmatamento e o uso da terra influenciam os estoques de carbono e identificando hotspots de conservação com potencial para gerar créditos confiáveis. Em conjunto, os capítulos demonstram que, para além de uma solução de mercado, os créditos de carbono exigem governança eficaz, integração institucional e estratégias territoriais alinhadas à justiça climática.