SOFRIMENTO MENTAL EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Saúde Mental; Estudantes universitários; Ansiedade; Depressão.
A saúde mental de estudantes da área da saúde tem sido amplamente discutida devido à elevada prevalência de sintomas como ansiedade e depressão. Este estudo busca identificar a prevalência sofrimento mental e os fatores associados ao sofrimento dos estudantes dos cursos da Faculdade de Ciências da Saúde (FACIS) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus Cáceres/MT, com enfoque nos três primeiros semestres de graduação. Trata-se de um estudo do tipo observacional descritivo, realizado de 2023 a 2024. A amostra inicial com 132 participantes e outra após dois semestres, com 76 participantes, foram predominantemente femininas, composta por jovens solteiros, sem filhos, sem deficiências e com renda familiar de até 4 salários mínimos. Os resultados indicaram que, embora os estudantes apresentassem bom desempenho acadêmico e ausência de comportamentos de risco, muitos relataram preocupações com a saúde mental, incluindo cansaço frequente, dificuldades de decisão e sintomas leves de depressão. Houve um aumento no número de estudantes com IMC fora dos padrões normais entre as avaliações. Condições relacionadas ao estresse acadêmico e práticas de automutilação, embora menos frequentes, também foram observadas. Os hábitos de vida revelaram padrões inadequados de sono (menos de 6 horas por noite), baixa prática de atividades físicas e consumo misto de alimentos saudáveis e não saudáveis. Fatores como renda familiar e a presença de filhos mostraram associações significativas com a saúde mental, com estudantes de menor renda e aqueles com filhos apresentando mais sintomas de transtornos mentais. Além disso, o respeito dos professores e colegas, a satisfação com o ambiente de estudo e a autonomia nos estudos foram identificados como elementos cruciais para o bem-estar emocional. Concluiu-se que a prevalência de sintomas de transtornos mentais entre os estudantes universitários esteve fortemente associada a fatores socioeconômicos e à percepção do ambiente acadêmico. Apesar da maioria dos participantes não apresentar dificuldades acadêmicas graves, um ambiente de estudos acolhedor e respeitoso mostrou-se fundamental para o bem-estar emocional.