Mulheres cis lésbicas e suas vivências do espaço da casa em Cáceres - MT
Geografias Feministas. Interseccionalidade. Espaço da Casa. Mulheres Lésbicas.
Esta dissertação teve como fio condutor compreender como as mulheres cis lésbicas
vivenciam o espaço da casa, em Cáceres – MT, e, por objetivos específicos,
investigar como as mulheres lésbicas cis representam suas trajetórias de
identificação sexual, analisar de que forma o espaço compõe as trajetórias de
identificação das sexualidades lésbicas em Cáceres – MT e, por fim, entender como
a casa é significada de múltiplas formas pelos diferentes grupos de mulheres cis
lésbicas. A pesquisa justifica-se pela necessidade de visibilizar as experiências
desse grupo social, que frequentemente é alvo de violências e discriminações
independentes de espaços públicos ou privados. Além disso, pretende-se preencher
lacunas existentes nas pesquisas que analisam especificidades dessas vivências
lésbicas, especialmente no contexto da casa, espaço pouco estudado pela
Geografia. Enquanto metodologia, a pesquisa adota uma abordagem quanti-
qualitativo, e optou-se por aplicar dois métodos para a coleta de dados, sendo eles
um questionário criado a partir do Google Forms. Além disso, uma entrevista foi
realizada online por meio das plataformas, seguindo com perguntas
semiestruturadas. Como método para realização do questionário, foi utilizada a
técnica bola de neve ou snowball, devido à inexistência de um levantamento
específico sobre o número de mulheres lésbicas em Cáceres, o que torna a
pesquisa não probabilística. A dissertação estrutura-se em cinco capítulos,
abrangendo desde fundamentação teórica sobre conceitos como espaço, escala,
casa, gênero, e interseccionalidade, até a apresentação dos resultados. Entre os
referenciais teóricos, cabe destacar autoras como Dorren Massey (2008), que
defende que o espaço está em constante construção sendo resultado de múltiplas
interações, e Kimberly Crenshaw (1989), que norteia a discussão sobre
interseccionalidade. A pesquisa ainda se apoia em apoia em estudiosos da
Geografia Crítica e Humanista, como Corrêa (2000) e Harvey (2013). Espera-se,
então, com está pesquisa, construir a visibilidade das experiências espaciais das
mulheres lésbicas cis, evidenciando suas geografias específicas para que sejam
contempladas na ciência geográfica, evidenciando que o espaço não é um produto
dado e acabado, mas produzido de forma diferencial por diferentes grupos sociais,
e, por fim, criar a visibilidade da escala da casa como importante para os estudos
geográficos, já que a casa constitui uma espacialidade importante da existência
humana.