Banca de DEFESA: MARIA NEYRA GONÇALVES DE BRITO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA NEYRA GONÇALVES DE BRITO
DATA : 21/10/2022
HORA: 14:00
LOCAL: UNENAT, NOVA XAVANTINA
TÍTULO:

Efeitos do clima, da umidade do solo e do fogo sobre a fenologia de espécies lenhosas do Cerrado

PALAVRAS-CHAVES:

Deciduidade, fenologia, flores, frutos, mudanças climáticas, distúrbio

PÁGINAS: 45
RESUMO:

Resumo. A vegetação do Cerrado é historicamente adaptada a escassez hídrica sazonal e a ocorrência natural de queimadas, mas ainda sabemos pouco sobre os efeitos impostos por essas condições ambientais no atual cenário das mudanças climáticas. Avaliamos o efeito do clima, fogo e da umidade do solo sobre a fenologia de espécies lenhosas de dois sítios adjacentes de uma formação savânica do bioma Cerrado (Cerrado stricto sensu). O primeiro sítio está protegido do fogo há mais de 20 anos (desde o mês de setembro de 2001), aqui chamado de sítio não queimado, enquanto o segundo sítio foi queimado acidentalmente em setembro de 2001 e 2008 e agosto de 2016, aqui considerado como sítio queimado. Nos dois sítios, estimamos a intensidade de cobertura de folhas na copa, de floração e de frutificação das mesmas plantas durante dois períodos distintos (período 1 - maio de 2008 a outubro 2011; período 2 - abril de 2020 e abril de 2022). Obtivemos as medidas de precipitação, temperatura, umidade relativa do ar e déficit de Pressão de Vapor. Apenas no sítio não queimado medimos a umidade relativa do solo, em três profundidades (0-20 cm; 40-60 e 90-110) entre os meses de abril de 2020 e abril de 2022. Considerando o grau de deciduidade foliar, inferida a partir da cobertura de folhas na copa, nós categorizamos as espécies em quatro grupos fenológicos: sempre verdes com crescimento contínuo, sempre verdes com crescimento sazonal, brevidecíduas e decíduas. Ao compararmos o sítio queimado e o não queimado nós mostramos que: 1. O clima foi marcadamente sazonal, com maiores volumes de chuva entre 2009 e 2015 e menores entre 2016 e 2021; 2. Após o fogo de 2008, algumas espécies não floresceram até um ou dois anos no sítio queimado, outras floresceram, mas não frutificaram e algumas espécies não maturaram frutos; 3. Nove das 12 espécies estudadas apresentaram diferença no tempo médio de floração das plantas, das quais oito espécies atrasaram e somente uma antecipou a floração no segundo período (menos chuvoso) em relação ao primeiro período (mais chuvoso). Ao avaliarmos o efeito do clima e da umidade do solo sobre o comportamento fenológico das espécies no sítio não queimado durante um período de 2 anos mostramos: 1. Nas três camadas de solo analisadas, a proporção de água nos solos no ano de 2021 (ano seco) foi inferior àquela registrada em 2020 (ano chuvoso); 2. A deciduidade foliar foi maior no ano mais seco do que no ano chuvoso; 3. A maioria das espécies atrasou o tempo de floração no segundo período amostral (mais seco) em relação ao primeiro período amostral (mais chuvoso); 4. A cobertura de folhas na copa foi maior em meses com maior umidade relativa do ar e maior disponibilidade de água nos solos; 5. A senescência foliar ocorreu em meses com menor precipitação, água nos solos e temperatura mínima; 6. A produção de folhas se concentrou em meses com maior precipitação, temperatura mínima e água nos solos; 7. A maturação dos frutos anemocóricos ocorreu em meses com menor umidade relativa do ar. Nossos estudos de longo e curto prazo sugerem que os comportamentos fenológicos vegetativos e reprodutivos são afetados pela disponibilidade de água para as plantas e pelo do fogo. Concluímos que o efeito do fogo sobre a fenologia dependeu do grau de deciduidade das plantas, enquanto não evidenciamos, de maneira inequívoca, que o efeito da disponibilidade de água diferiu sobre as espécies com distintos comportamentos fenológicos.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 132029001 - EDDIE LENZA DE OLIVEIRA
Interno - 019.811.331-51 - LETÍCIA GOMES DA SILVA - UnB
Interno - 555.911.591-68 - PAULO SERGIO MORANDI - UNEMAT
Externo à Instituição - Ana Clara Abadia Rodrigues de Sousa - UNEMAT
Externo à Instituição - LEONARDO MARACAHIPES DOS SANTOS - IPAM