Banca de QUALIFICAÇÃO: EDINETH SOUSA FRANÇA SILVA ALVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EDINETH SOUSA FRANÇA SILVA ALVES
DATA : 14/11/2022
HORA: 08:00
LOCAL: Via webconferência
TÍTULO:

O Tapirapé, a Takãra e a Cidade: texturas do urbano na aldeia


PALAVRAS-CHAVES:

Língua. Discurso.Tapirapé. Apyãwa. Cidade. Memória


PÁGINAS: 110
RESUMO:

Este trabalho, intitulado “O Tapirapé, a Takãra e a Cidade: texturas do urbano na aldeia”, inscreve-se na linha de pesquisa Estudo de Processos Discursivos, do Programa de Pós-Graduação em Linguística, da Universidade do Estado de Mato Grosso. Para tanto, tomamos na linha teórica da Análise de Discurso, francesa, cunhada por M. Pêcheux e desenvolvida no Brasil por E.Orlandi e demais pesquisadores, distintos discursos que incidem sobre o modo de dizer e o de significar o indígena Tapirapé e a cidade, de Confresa-MT, localizada a 28km da aldeia. A relação entre a posição sujeito o indígena Tapirapé e a cidade movimenta pelo discurso, a noção de gestos de leitura conforme (Pêcheux, 1994), não apenas pelo discurso da descoberta, a chegada do europeu ao Brasil, a de um paraíso selvagem, mas envolve um percurso revolucionário de sobreposição da cultura ocidental, ao instaurar uma ordem urbana, significada pela colonização dos espaços e dos sujeitos brasileiros. O fio que tece toda a pesquisa ancora-se na materialidade simbólica da língua, no gestos de leitura do/sobre o indígena Tapirapé que se marca na relação, não transparente e nem linear, da língua e da linguagem e, dão a ler pelo social e pela “memória do urbano” (ORLANDI, 2011) o sujeito que, mesmo atravessado por valores ideológicos ocidentais/eurocêntricos, se singularizam pelo modo como, na língua e na relação com esta, constituem e são constituídos em seu tekateka (PAULA, 2012, 2014), i. é, o jeito de ser apyãwa. O corpus que constitui a pesquisa - a Constituição Federal de 1988, Lei Orgânica e o Plano Diretor do município de Confresa-MT, trabalhos acadêmicos, textos científicos, fotografias e fotogramas de vídeos disponíveis na internet produzidos pelos Tapirapé, que tratam da Takara (casa dos homens Tapirapé). Pelo material selecionado, buscamos refletir: a) se a cidade traz em sua gênese sentidos que traduzem a noção de civilização e cidadania, o espaço por excelência da civilidade, b) como constitui-se a aldeia Tapirapé e seus sujeitos, enquanto corpo social, em sua relação com a cidade? Assim, somos instados a pensar a aldeia e a cidade; c) o modo como o indígena Tapirapé afetado pela regularidade jurídica e sobredeterminado por formações imaginárias, que ao jogar com mecanismos discursivos entre o “eu” e o “outro”, institui um “índio imaginário”, cimentado em limites simbólicos (padrões de indianidade), discursivos (silenciados em discursos relatados e pelas implicações da norma e da cultura letrada) e socioespaciais (inexistentes como “índio” urbano). Tanto o progresso quanto o desenvolvimento não dialogam com o “selvagem”, que, desde sempre, tem re-marcado o indígena no imaginário coletivo da nação. Além disso, os sentidos que dão corpo ao que se convencionou chamar como o “índio brasileiro” também movimentam a “certeza” de como e onde ele deve viver. De acordo com Orlandi (2003), a cidade, além de ser um acontecimento por excelência na atualidade, na relação com o imaginário, é possível afirmar que esta não possui exterioridade, haja vista que, segundo a autora, o que não lhe é próprio, é por ela significado. Desse modo, no contato com o não indígena, os Tapirapé produziram rupturas ao manterem a defesa contundente de sua língua e assumir uma posição sujeito na “sociedade letrada” (RAMA, 2015), tanto pela formação quanto pela produção acadêmica e, em um percurso, relativamente curto, de registro e gramatização da língua Tapirapé.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 83109001 - ANA LUIZA ARTIAGA RODRIGUES DA MOTTA
Interno - 83195001 - ANA MARIA DI RENZO
Externo ao Programa - 535535100 - EUNICE DIAS DE PAULA
Externo à Instituição - CAROLINA MARIA RODRIGUEZ ZUCCOLILLO - UNICAMP
Externo à Instituição - ELCIO ALOISIO FRAGOSO - UNIR
Notícia cadastrada em: 24/10/2022 08:02
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