Banca de DEFESA: EVELYN OLIVEIRA CARDOSO SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EVELYN OLIVEIRA CARDOSO SANTOS
DATA : 24/12/2021
HORA: 08:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

EDUCAÇÃO POPULAR: A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE CONSOLIDAÇÃO DA AUTOGESTÃO NA COOPERATIVA DE PRODUÇÃO DE MATERIAL RECICLÁVEL DE TANGARÁ DA SERRA – COOPERTAN


PALAVRAS-CHAVES:

Educação Popular, Economia Solidária, Cooperativismo, Autogestão, Contabilidade, Catadores.


PÁGINAS: 164
RESUMO:

O objetivo desta pesquisa consiste em analisar a contabilidade em Empreendimentos Econômicos Solidários (EES). Apesar dos avanços após a Constituição Federal de 1988, a legislação, os marcos legais, as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) e as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica (NBCT), no Brasil, geralmente atendem aos interesses das grandes corporações e empresas ligadas à lógica hegemônica de mercado. Nesse contexto, o problema de pesquisa que se apresenta é como ocorre a apropriação do conhecimento contábil pelos Trabalhadores/as sócios/as das cooperativas de Catadores/as de materiais recicláveis. Ainda, como se da a participação desses (as) trabalhadores/as no processo de gestão contábil de EES; qual a importância da contabilidade na construção de transparência para efetivação da autogestão nas cooperativas. O objetivo geral da investigação consiste em analisar como ocorre a apropriação de conhecimentos contábeis por parte dos (as) trabalhadores/as sócios/as da COOPERTAN no processo de autogestão da cooperativa. Os sujeitos da pesquisa são os Catadores/as de materiais recicláveis da Cooperativa de Produção de Material Reciclável de Tangará da Serra - COOPERTAN, representados por suas lideranças, técnicos da Incubadora de Organizações Coletivas Autogeridas, Solidárias e Sustentáveis - IOCASS e o contador da cooperativa. A COOPERTAN está organizada pelos princípios da Economia Solidária (ES) e pelos princípios do cooperativismo e é incubada pela IOCASS desde a sua criação. O aporte teórico conceitual que subsidiou a análise girou em torno das temáticas Educação Ppopular e Economia Solidária. Buscou-se, por meio de um processo dialógico de investigação, uma estreita interação entre os sujeitos pesquisados e a pesquisadora, de modo a compreender e apreender a visão desses sujeitos acerca do processo de apropriação dos conhecimentos contábeis em uma organização autogestionária. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com base em um estudo de caso. Este estudo está fundamentado na pesquisa participante, na pesquisa documental, em questionários semiestruturados e entrevistas em profundidade e análise de conteúdo, com suporte no software Iramuteq, que permitiu a análise lexicográfica básica e o processamento de análises estatísticas textuais, o que gerou cinco classes analíticas: organização administrativa; cooperativismo autogestionário; governança; demandas contábeis; Formação/Educação. Com base em tais classes, foram criadas três categorias analíticas: a) Educação Popular: formação e apropriação do conhecimento; b) Cooperativismo autogestionário; e c) Resiliência: a luta pela consolidação do processo de Autogestão na COOPERTAN. Os resultados mostram que os Cooperados/as da COOPERTAN, apesar de não terem recebido formação e conhecimento técnico-científico contábil, apropriaram-se dos conhecimentos minímos de contabilidade, a partir das formações básicas oferecidas pelos técnicos da incubadora. Apesar de básicos, esses conhecimentos permitiram a participação na gestão da cooperativa, assim, o desafio do cotidiano demandou que esses trabalhadores, juntos, construíssem possibilidades de dialogar e aprender com os técnicos, com o contador e com os outros sócios. Evidenciou-se que a maior apropriação decorreu em torno do processo de participação na prestação de contas, no exercício coletivo de superação dos problemas do cotidiano. Constatou-se, também, que o aprendizado mais significativo ocorreu no processo da construção da autogestão. Desse modo, limites como os problemas internos de organização, ausência de capacitação técnica-científica específica, deficiência dos profissionais da contabilidade, em relação ao domínio de técnicas conábeis ligadas ao cooperativismo autogestionário, foram superados, sobretudo pela resiliência dos cooperados/as em não desistir do processo de organização coletiva. Conclui-se, portanto, que os Catadores/as estão fazendo da autogestão um processo, que ensina não só a se apropriar de conhecimentos contábeis, mas a superar a visão hegemônica imposta pelo sistema capitalista.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CRISTIANE BETANHO - UFU
Interno - 83269001 - LAUDEMIR LUIZ ZART
Presidente - 82438001 - SANDRO BENEDITO SGUAREZI
Notícia cadastrada em: 14/12/2021 11:04
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