Banca de DEFESA: SIMONI RODRIGUES DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SIMONI RODRIGUES DOS SANTOS
DATA : 02/06/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Tangará da Serra-MT
TÍTULO:

TRAVESSIAS: A MULHER E O SERTÃO EM AS JAGUNÇAS, DE ROMULO NÉTTO


PALAVRAS-CHAVES:

Romulo Nétto. As jagunças. Mulher-homem. Reconhecimento.  Sertão-Cerrado.


PÁGINAS: 138
RESUMO:

A presente dissertação perspectiva apresentar um estudo sobre o conto As Jagunças, de Romulo Nétto. O tema central da investigação nos revela um novo olhar sobre o sertão. Pretende-se com isso elucidar os conflitos que polarizam o debate crítico centrado no conto: o universo feminino da jagunçagem. A saber: as questões sociais, as memórias e o contexto que significam as identidades femininas que compõem as narrativas. Partimos do pressuposto de que o contexto, predominantemente feminino, medeia uma busca por reconhecimento do papel da mulher na constituição social “do sertão”, tendo em vista o processo excludente dessas narrativas. Guiadas pelo senso de justiça e pelo contexto de violência às 21 jagunças, estas assumem o papel de enfrentamento das contingências e lutas que as cercam. Ao adentrarem as veredas áridas da jagunçagem, as personagens, por meio de suas confissões, revelam-nos nuances de narrativas cuja força foi amortecida pelas relações de poder entre homens e mulheres. Reconhecemos, a partir de uma obra não canônica, o conclamar de um sertão marginal que apresenta a elevação das conquistas de um espaço de protagonismo das mulheres. A palavra transgressora extrapola a ideia enraizada de corpo feminino, que revela as ambiguidades desse “ser”, que é representado em vias avessas, abstraídas e significadas por meio de uma linguagem capaz de tensionar os diálogos entre narrador e interlocutor, ambos cúmplices e responsáveis por buscar nas fendas da história a proatividade, a força, a inteligência e as disposição para as lutas das mulheres que desbravam esse sertão. Para analisarmos o corpus da pesquisa, recorremos aos estudos sobre o sertão empreendidos por Walnice Galvão (1972),  Candido (1983; 1957; 1972; 2004), Arrigucci Júnior (1994), Vasconcelos (1997), Sena (2003), Carvalho (2011), Turshi (2006); o conceito de campo literário/sistema discutido por Leite (2005), Rolon (2014) e Castrillon-Mendes (2019); a noção de plurilinguismo evidenciada por Bakhtin (1998); as concepções de relações de poder e a construção do ser feminino sob as perspectivas de Beauvoir (1970) e Bourdieu (2012; 1996; 2010) e Candido (2006); a noção de memória individual como constitutiva da coletividade de Benjamin (1994), Halbwachs (2003), Bosi (2003), Vilalva (2004) e Maquêa (2010), bem como outros estudos que corroboram com a análise em questão. Evidenciamos, com isso, os conflitos que polarizam o debate crítico centrado no conto: o universo feminino da jagunçagem, que busca ressignificar as questões sociais, as memórias e o contexto legitimadores das identidades femininas que compõem as narrativas.


 



MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 82321001 - ISAAC NEWTON ALMEIDA RAMOS
Interno - 46475020 - AGNALDO RODRIGUES DA SILVA
Externo à Instituição - RENATA BEATRIZ BRANDESPIN ROLON - UEA
Notícia cadastrada em: 12/05/2021 14:58
SIGAA | Tecnologia da Informação da Unemat - TIU - (65) 3221-0000 | Copyright © 2006-2024 - UNEMAT - sig-application-02.applications.sig.oraclevcn.com.srv2inst1