Banca de QUALIFICAÇÃO: HELLEN KEZIA SILVA ALMADA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : HELLEN KEZIA SILVA ALMADA
DATA : 21/12/2020
HORA: 14:00
LOCAL: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
TÍTULO:

O papel das Terras Indígenas e Unidades de Conservação para a regulação climática na transição Cerrado-Amazônia


PALAVRAS-CHAVES:

Áreas protegidas, albedo, evapotranspiração, temperatura da superfície e serviços ecossistêmicos. 


PÁGINAS: 35
RESUMO:

A capacidade de fornecimento de serviços ecossistêmicos está diretamente ligada à preservação da vegetação nativa. As Unidades de Conservação (UCs) e as Terras Indígenas (TIs), que historicamente têm funcionado como barreiras contra o desmatamento no Brasil, são de grande importância para a manutenção de serviços relacionados à regulação climática. Contudo, nas últimas décadas as UCs e TIs na Amazônia e no Cerrado estão sob pressão do desmatamento fora dessas áreas, ou seja, em áreas de múltiplos usos – (MUs), e por outros processos de degradação como o corte seletivo de madeira, mineração, incêndios florestais e secas extremas. Apesar disso, ainda sabemos pouco sobre como esses processos estão afetando os serviços ecossistêmicos prestados pelas UCs e TIs no Cerrado e na Amazônia, e se a capacidade de regulação do clima pelas áreas protegidas está mudando nas últimas décadas em resposta aos referidos fatores de degradação. Aqui nós analisamos uma série temporal (2001-2018) de dados do estado de Mato Grosso, para testar três hipóteses: 1) Áreas de UCs, TIs e MUs na Amazônia apresentam menor albedo, maiores fluxos de calor latente e menor temperatura da superfície (LST) do que no Cerrado, uma vez que nesse bioma a vegetação é predominantemente florestal, enquanto no Cerrado é predominantemente savânica; 2) As áreas protegidas apresentam maior contribuição para a estabilização do clima por unidade de área do que as MUs, uma vez que nas TIs e UCs há maior cobertura de vegetação natural e consequentemente, menor albedo, maiores taxas de calor latente e menor LST; 3) Nas duas últimas décadas, os serviços de regulação do clima fornecidos por UCs e TIs apresentam menor variação no Cerrado do que na Amazônia, uma vez a que a vegetação do Cerrado é mais resiliente às queimadas e menos sensível aos eventos de seca extrema. Os resultados mostraram maior ET e menor LST e albedo para as áreas da Amazônia, bem como maior ET e menor LST e albedo para as áreas protegidas em relação às MUs. Diferente da nossa hipótese, o albedo foi semelhante entre os biomas para todas as categorias (UCs, TIs e MUs), contudo as MUs apresentaram maior albedo em relação às áreas protegidas em ambos os biomas. Em relação às mudanças temporais, verificamos maiores aumentos de LST e albedo para a Amazônia em relação ao Cerrado, bem como menores aumentos nas áreas protegidas em relação às MUs em ambos os biomas. Adicionalmente, verificamos que as áreas da Amazônia são mais sensíveis aos incêndios florestais e eventos de seca. Concluímos que a manutenção desses serviços ecossistêmicos, tem sido muito mais eficiente no interior das UCs e TIs, uma vez que a área já convertida e as taxas de conversão durante as duas décadas de estudo têm sido mais elevadas nas áreas de MUs. Nós destacamos que as áreas protegidas de Mato Grosso, são fundamentais na regulação climática da região. No entanto, a manutenção em longo prazo desses serviços ecossistêmicos pode estar comprometida pelo atual padrão de desmatamento e degradação florestal por queimadas e outros fatores de degradação, tanto no Cerrado quanto na Amazônia.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 132029001 - EDDIE LENZA DE OLIVEIRA
Interno - 220.974.038-08 - PAULO MONTEIRO BRANDO - NENHUMA
Externo à Instituição - MERCEDES MARIA DA CUNHA BUSTAMANTE - UnB
Notícia cadastrada em: 17/12/2020 16:01
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