Banca de DEFESA: IAGO MANUELSON DOS SANTOS LUZ

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IAGO MANUELSON DOS SANTOS LUZ
DATA : 26/02/2021
HORA: 08:00
LOCAL: Virtual
TÍTULO:

Conflitos com Queixadas (Tayassu pecari) e Agricultores ao Sul da Amazônia


PALAVRAS-CHAVES:

Conectividade; Fragmentos Florestais; Áreas Agrícolas; Espécie Praga; Conflito humanos-vida selvagem.


PÁGINAS: 47
RESUMO:

 

 

 

Nos últimos anos no Brasil espécies invasoras em áreas de cultivo vêm despertando preocupação nos agricultores devido aos danos e perdas na produção. Um estudo realizado no Parque Nacional das Emas, por exemplo, mostra um consumo diário de 1,9 kg de milho pelo queixada (Tayassu pecari). No entanto, essas invasões são impulsionadas pelo desmatamento causador da fragmentação florestal, perda de habitat e redução na disponibilidade de recursos, obrigando a fauna a explorar os agroecossistemas em busca de alimentos. Um exemplo disso é a situação do queixada (Tayassu pecari). Enquanto já desapareceram de boa parte do país, ainda são abundantes e vivem em conflito com agricultores de milho no estado de Mato Grosso. Assim, essa espécie resiliente aos impactos da fragmentação florestal, passa a ser vista como espécie praga pelas explorações das lavouras. Devido a essa relação conflituosa, esse trabalho foi dividido em dois capítulos e teve dois objetivos principais. O primeiro estimou os impactos econômicos causados pelo queixada sobre a produção de milho em uma única propriedade no sul da Amazônia brasileira. O segundo avaliou a conectividade funcional de dispersão do queixada em ambiente com matriz de agricultura, para utilizar como modelo preditivo de áreas a serem invadidas e visando orientar produtores quanto a essa possibilidade. Para o primeiro objetivo, utilizamos uma propriedade no município de Alta Floresta, com 1.100 hectares de lavoura de milho. Nesta propriedade aleatorizamos 50 pontos de coletas, em todo entorno da cultura, representados por um hectare cada, compostos por seis tratamentos (distâncias da borda do fragmento florestal), divididos em cinco repetições de 10 metros lineares de milho, onde foram contabilizados os pés de milho inteiros e danificados. Calculamos a porcentagem de pés de milho danificados em cada ponto, extraindo uma média de perda para os pontos analisados, sendo extrapolado para toda a lavoura. Para o segundo, utilizamos dados de presença e ausência de queixadas em lavouras, adquiridos por meio de visitas às propriedades que cultivaram milho no ano safra 2018/19 em Alta floresta, Carlinda e Paranaíta no estado de Mato Grosso. Com o Software ArcGis e cenas orbitais do satélite CBERS-04A (China-Brazil Earth-Resources Satellite) identificamos os fragmentos florestais e lavouras para quantificar as taxas de conexões através do plugin Conefor Sensinode 2.6, por meio do índice integral de conectividade (IIC). Encontramos 1,25% de plantas danificadas por toda a propriedade, representando uma perda de R$ 34.344,75 para o proprietário. As lavouras foram invadidas a uma taxa de até 300 metros de conexão com os fragmentos de florestas. Mesmo baixas taxas de danos não são toleradas pelos agricultores. Essa intolerância e perseguição promovida pelos agricultores poderá comprometer a sobrevivência dos queixadas nas áreas de fronteira agrícola na Amazônia. Uma das soluções para evitar os conflitos seria que as lavouras fossem cultivadas a no mínimo 300 metros de distância do fragmento florestal mais próximo.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 131948001 - MENDELSON GUERREIRO DE LIMA
Interno - 265126001 - CARLOS ANTONIO DA SILVA JUNIOR
Externo ao Programa - 71440008 - MANOEL DOS SANTOS FILHO
Externo à Instituição - EVERTON BERNARDO PEREIRA DE MIRANDA - UKZN
Notícia cadastrada em: 08/03/2021 08:49
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