Língua, Identidade e Cultura: a confecção de artesanatos da cultura tradicional como estratégia para o ensino de aspectos da língua materna nas escolas indígenas do Território Balatiponé.
EDUCAÇÃO E CULTURA, IDENTIDADE, POVO BALATIPONÉ; LÍNGUA MATERNA
O Povo Balatiponé, principalmente na primeira metade do século XX, viveu intenso e violento processo de contato com a sociedade envolvente, quando foi impedido de praticar sua cultura tradicional, inclusive impedido de falar a língua materna, a qual, com o tempo, passou a ser substituída pela língua portuguesa. Este projeto tem o objetivo de fortalecer as práticas de revitalização da língua materna no território Balatiponé, de forma que, em atividades escolares, seja ofertada oportunidade de confecção de artesanatos da cultura tradicional, destacando suas nomenclaturas na língua materna. Para tal intento, foi preciso levantar quais artesanatos (masculinos e femininos) e são característicos da cultura tradicional. Trata-se de pesquisa de campo, participativa, sendo a entrevista, a busca bibliográfica e a observação as ferramentas de coleta de dados. Foi buscado informações com pessoas da comunidade que conhecem a tradição cultural, bem como investigado livros, artigos e reportagens já publicadas que versam sobre a tradição cultural Balatiponé, em especial, sobre os adornos corporais. Este levantamento, em especial, também privilegiou informações acerca da nomenclatura em língua materna destes artefatos culturais, bem como dos materiais utilizados para sua confecção. A partir dos dados levantados, os alunos foram levados à campo para coleta, na natureza, de matérias-primas, que servem para confeccionar os artesanatos. Com os dados coletados, no espaço escolar, foram ofertadas oficinas, para os alunos e comunidade, para a confecção dos artesanatos, destacando as nomenclaturas em LM. Os autores consultados, entre outros, são os que já publicaram sobre os Balatiponé Umutina ao longo do tempo, como os escritos de Schimidt (1941), Schultz (1952), Lima (1995), Cruz (2012), Quezo (2006), Tan Huare (2016), entre outros. Ao final, foi produzido um material pedagógico apresentando os artesanatos trazendo os nomes em LM, bem como sugere-se atividades para execução dos alunos das escolas do território dos Balatiponé.