Comunicação aumentativa e alternativa como recurso didático para a mediação da aprendizagem linguística de estudante com Autismo
Autismo; Comunicação Aumentativa e Alternativa; Aprendizagem e Linguagem.
A presente pesquisa desenvolve-se no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação Inclusiva (PROFEI) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), na Linha de Pesquisa Inovação Tecnológica e Tecnologia Assistiva. Aborda o uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) como recurso didático para a mediação da aprendizagem linguística de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com foco em um participante não verbal do 3º ano do Ensino Fundamental. O objetivo geral é analisar a CAA como recurso didático para a mediação da aprendizagem de habilidades linguísticas, a fim de elaborar um guia didático para aplicação em contextos escolares. Os objetivos específicos são: (1) investigar as dificuldades de aprendizagem linguística do estudante conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), identificando barreiras que demandem intervenção com uso da CAA; e (2) desenvolver um guia didático para uso da CAA na alfabetização linguística de estudantes com autismo. A pesquisa possui abordagem qualitativa e caracteriza-se como pesquisa-ação. A coleta de dados inclui observações, registros de campo e aplicação de recursos de CAA de baixa tecnologia (cartões de figuras), com foco no apoio à comunicação e à aprendizagem. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Lazer de Rondonópolis-MT há 1.137 estudantes com diagnóstico de TEA matriculados entre Educação Infantil e Ensino Fundamental, evidenciando a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas. O participante foi escolhido segundo os seguintes critérios: diagnóstico formal de TEA, matrícula no 3º ano e atendimento regular no Atendimento Educacional Especializado (AEE) pela professora-pesquisadora. As ações planejadas visam assegurar o bem-estar do estudante, prevendo interrupções, adaptações e manejo de situações de ansiedade ou desregulação emocional. Espera-se que o uso da CAA contribua para ampliar as possibilidades de comunicação do participante, apoiar o desenvolvimento de habilidades linguísticas, reduzir barreiras de aprendizagem e promover maior autonomia e interação social. Os resultados previstos incluem a construção de um guia didático aplicável em outros contextos escolares, fortalecendo práticas inclusivas e oferecendo subsídios para professores que atuam com estudantes com TEA. A CAA, ao valorizar múltiplas formas de expressão, representa um recurso fundamental para a promoção da aprendizagem e da inclusão, alinhando-se às diretrizes da BNCC e às legislações vigentes sobre educação inclusiva. A pesquisa evidencia que é possível promover a comunicação e a aprendizagem por meio de recursos de baixo custo, desmistificando a ideia de que a CAA depende de tecnologias caras ou sofisticadas. Embora existam sistemas de alta tecnologia, com softwares e dispositivos avançados, a CAA de baixa tecnologia pode ser igualmente eficaz, desde que planejada de acordo com as necessidades do discente. O mais importante não é o valor do recurso, mas a intencionalidade pedagógica e o comprometimento da equipe educativa e da família em proporcionar oportunidades reais de comunicação. Utilizada com sensibilidade e propósito, a CAA transforma o silêncio em voz, a limitação em potencial e o desafio em conquista, reafirmando seu papel essencial na inclusão escolar e na construção de aprendizagem significativa.