FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NA PERSPECTIVA INCLUSIVA DO ALUNO SURDO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Libras. Ensino Inclusivo. Adaptação Curricular. Educação Equitativa.
Nos últimos anos, a educação inclusiva tem se tornado uma prioridade nas políticas educacionais brasileiras, destacando também a formação de professores para atender alunos com necessidades específicas, como os surdos. O desafio de garantir uma educação equitativa e inclusiva para esses alunos destaca o papel essencial dos professores, que precisam estar preparados para lidar com as especificidades do ensino de Libras e com a adaptação curricular necessária para o ensino. O presente estudo tem como objetivo analisar a formação dos professores para o ensino bilíngue e a adoção de práticas pedagógicas inclusivas, tendo em vista os desafios da inclusão escolar do aluno surdo no Ensino Fundamental II. Os objetivos específicos são: analisar as práticas inclusivas dos docentes, propor atividades de capacitação para professores do 9º ano e organizar um caderno orientativo com atividades inclusivas externas aos alunos surdos. A partir de uma abordagem qualitativa, a investigação foi realizada em uma escola estadual no município de Jauru/MT. Utilizamos a pesquisa participante, uma vez que a pesquisadora está inserida no ambiente pesquisado e realizou as intervenções pedagógicas. Os participantes da pesquisa-ação interventiva foram os professores do 9º ano, que atuam junto ao aluno surdo. A coleta de dados aconteceu por meio de entrevista e questionário semi-estruturados, e o trabalho de oficinas para formação dos professores em estudos da Libras, de forma básica, e conhecimentos sobre inclusão. Os dados obtidos revelam que, embora a inclusão tenha progredido em termos de políticas, muitos professores ainda enfrentam dificuldades em adaptar suas metodologias de ensino. Para o embasamento teórico, entre os autores utilizados, destacamos: Paulo Freire (1987, 1979, 1996), referência na educação brasileira, Quadros e Schmiedt (2006), Lacerda; Albres; Drago (2013), Lacerda, Santos e Caetano (2021), especialistas na educação de surdo, Saviani (2009), Gatti (2010) Lüdke (2012), sobre formação de professores no Brasil, além de legislações como a Lei da Libras, o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que regulamentam a educação bilíngue para surdos. As considerações da pesquisa evidenciam que as intervenções com práticas pedagógicas inclusivas colaboram para o processo do desenvolvimento de ensino com o aluno surdo. Os resultados apontam a necessidade de melhoria das políticas de formação continuada, com um foco maior na capacitação para o ensino inclusivo. Há uma lacuna significativa no suporte técnico e no material oferecido aos docentes, evidenciando que, para garantir uma educação inclusiva e de qualidade para os alunos surdos, é preciso promover uma formação contínua e colaborativa, com acesso a recursos pedagógicos específicos e apoio especializado.