PROJETO DE VIDA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANÁLISE DAS PERSPECTIVAS DOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA.
Palavras-chaves: Inclusão; Projeto de Vida; Estudantes com deficiência.
Esta dissertação, intitulada “Projeto de Vida: uma análise a partir das perspectivas dos estudantes com deficiência”, tem como objetivo compreender como estudantes com deficiência constroem seus Projetos de Vida no contexto escolar e de que maneira a escola contribui nesse processo. Os objetivos específicos desta pesquisa são:
1. Apresentar uma análise histórica sobre a trajetória das pessoas com deficiência; 2.
Abordar a Educação Inclusiva e o Projeto de Vida no Ensino Médio, destacando seus fundamentos legais e impactos na formação dos estudantes com deficiência, e; 3. Elaborar um produto educacional (e-book) que auxilie docentes, familiares e os próprios estudantes com deficiência, na criação do seu Projeto de Vida. A pesquisa parte de uma abordagem qualitativa, de caráter documental e empírico, utilizando como instrumentos entrevistas semiestruturadas com quatro estudantes com deficiência e seus responsáveis, além da análise de documentos como a Base Nacional Comum Curricular(BNCC), o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola e legislações voltadas à educação inclusiva. O referencial teórico destaca o Projeto de Vida como um instrumento fundamental para o desenvolvimento da autonomia, da identidade e da participação ativa dos estudantes na sociedade. Previsto na BNCC, o Projeto de Vida deveria fomentar reflexões sobre o futuro, valores, metas e escolhas pessoais e profissionais. A dissertação está organizada em quatro capítulos: o primeiro aborda o percurso histórico da pessoa com deficiência; o segundo discute sobre o Projeto de Vida e Inclusão; o terceiro aborda os procedimentos metodológicos e o campo de investigação; e o quarto analisa os dados à luz do referencial teórico. Os resultados evidenciam que, embora os estudantes tenham sonhos e aspirações, como trabalhar e cursar o ensino superior, esses projetos são frequentemente atravessados por barreiras sociais, pedagógicas e estruturais. A ausência ou a fragilidade na implementação do componente curricular Projeto de Vida na escola, aliada a práticas pedagógicas ainda excludentes e capacitistas, comprometem o desenvolvimento da autonomia dos alunos. O trabalho conclui que a promoção da autonomia e do protagonismo dos estudantes com deficiência depende não apenas da existência de legislações inclusivas, mas da efetivação de práticas pedagógicas que considerem suas singularidades, fomentem seus Projetos de Vida e rompam com a lógica assistencialista ainda presente no ambiente escolar.