AVALIAÇÃO AMBIENTAL DAS NASCENTES DA BACIA DO RIO PRETO, SINOP/MT
PALAVRAS CHAVES: Impacto antrópico, Educação Ambiental, Geoprocessamento.
A degradação dos recursos hídricos, em especial das nascentes, tem se intensificado em função da expansão urbana, da agropecuária e de modelos de uso do solo pouco sustentáveis, comprometendo a quantidade e a qualidade da água disponível. No município de Sinop/MT, inserido na bacia do Alto Teles Pires, a bacia hidrográfica do Ribeirão Preto vem sofrendo forte pressão antrópica, marcada pela substituição da cobertura florestal por agropecuária e pelo adensamento urbano. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o estado de conservação das nascentes da bacia hidrográfica do Ribeirão Preto, por meio da identificação e mapeamento das nascentes, da aplicação combinada do Índice de Impacto Ambiental em Nascentes (IIAN) e de um Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) adaptado, bem como da elaboração de produtos cartográficos e material pedagógico voltado à educação ambiental. Trata-se de um estudo de caso, desenvolvido entre 2023 e 2025, organizado em três etapas: (i) revisão bibliográfica, articulada como estado da arte em bases CAPES e SciELO, com foco em restauração, regeneração e degradação de nascentes; (ii) levantamentos de campo e registro por imagens de drone em 12 nascentes, georreferenciadas com GPS, com avaliação macroscópica de parâmetros físicos, antrópicos e de proteção legal; e (iii) elaboração de mapas temáticos e de material didático, destinado ao público infantil intitulado “As Aventuras de Mika e Rafa”, com enfoque em sensibilização ambiental. A aplicação do IIAN indicou um cenário polarizado: quatro nascentes em condição “Ótima”, uma “Boa” e quatro em situação “Péssima”, associando os melhores desempenhos à presença de mata ciliar contínua, ausência de esgoto, baixa presença de resíduos e proteção efetiva da Área de Preservação Permanente (APP). Em contrapartida, as nascentes mais degradadas estão vinculadas a contextos urbanos e de chácaras, com vegetação fragmentada ou ausente, barramentos artificiais, drenagem pluvial direcionada à nascente e APP inferior ao raio mínimo de 50 m previsto no Código Florestal. O PAR adaptado, aplicado com suporte de imagens de drone, confirmou o padrão observado: nascentes com faixa ripária mais larga, entorno estável e APP isolada foram classificadas como Ótimas ou Boas, enquanto aquelas com entorno degradado, área úmida drenada e ausência de proteção foram enquadradas como Ruins ou Péssimas. Os mapas gerados evidenciaram a relação direta entre uso e ocupação do solo e o grau de conservação das nascentes, fornecendo subsídios para a gestão municipal e para os Comitês de Bacia. O material pedagógico produzido reforça o componente educativo da pesquisa, contribuindo para a formação de uma cultura de preservação voltada às futuras gerações e alinhada aos ODS 4, 6, 13 e 15.