TECENDO A IDENTIDADE: A JORNADA DA MULHER NEGRA MADURA EM DONA DE LUCIENE CARVALHO
Literatura feminina; Luciene Carvalho; interseccionalidade; identidade; envelhecimento.
Esta pesquisa de Mestrado Acadêmico em Letras, na linha de Estudos Literários, trata da literatura feminina negra, com uma análise aprofundada da obra Dona (2018), de Luciene Carvalho. A pesquisa parte da hipótese de que Dona (2018) expressa de forma lírica as pressões sociais e os desafios cotidianos enfrentados pela mulher negra em diferentes contextos. Ao abordar temas como o envelhecimento e a interseccionalidade, a obra busca dar visibilidade à mulher negra de 50 anos ou mais, combatendo estereótipos e promovendo uma narrativa de resistência e identidade. O objetivo principal desta investigação é ampliar o debate sobre a inserção da mulher negra na cena literária, analisando questões de racismo, sexismo e etarismo sob uma perspectiva literário-filosófica. Para isso, a pesquisa se propõe a analisar a interseccionalidade desses conceitos, além de compreender a importância da escrita feminina negra como forma de expressão de liberdade e ancestralidade. O estudo se dedica à análise de poemas selecionados de Dona (2018), valorizando a obra e sua relevância para a ressignificação da mulher na sociedade contemporânea. A questão central da pesquisa é: De que forma a obra Dona (2018), de Luciene Carvalho, promove a visibilidade da mulher negra de 50 anos e oferece uma narrativa de resistência e empoderamento, desafiando as limitações impostas pela sociedade? No propósito de alcançar este objetivo, o presente trabalho se desenvolve a partir da natureza qualitativa de abordagem indutiva, utiliza a revisão bibliográfica e a análise literária da obra. A pesquisa está fundamentada em autores como Almeida (2019), Akotirene (2019), Beauvoir (1970 –1990), Carneiro (2011), Collins (2000), Nascimento (2016) e Ribeiro (2021), dentre outros. A análise aponta que a obra Dona (2018) é mais do que uma coletânea de poemas, é um manifesto literário que contribui significativamente para a construção de novas formas de subjetividade e identidade da mulher negra, reafirmando sua presença e sua voz em um mundo que, por vezes, insiste em silenciá-la.