A situação Sociolinguístico do Povo Kaiabi/Kawaiwete, Aldeia Aipore - Marcelândia/Mato Grosso.
Sociolinguística. Língua indígena Kaiabi. Língua portuguesa. Bilinguismo. Povo Kaiabi/Kawaiwete.
O objeto de estudo deste trabalho é a situação sociolinguística do povo kaiabi/kawaiwete, aldeia Aipore Marcelândia/ MT. Para desenvolver o tema, definimos como objetivo geral analisar a situação sociolinguística deste povo em ambiente de bilinguismo, considerando suas ideologias, crenças e atitudes, uma população de 70 (setenta) moradores vivendo no Parque Xingu, no município de Marcelândia, MT. Para isso, registraram-se fatos da convivência linguística na comunidade, apresentando os aspectos sociolinguísticos constatados, bem como identificar as principais crenças e atitudes (re)produzidas no espaço geográfico estudado e oferecer contribuições para o fortalecimento da língua Kaiabi falada pelo referido povo, conforme proposta do GT DILI – Brasil. A metodologia incluiu as pesquisas biobliográfica, documental e a de campo, esta mediante entrevistas semiestruturadas aplicadas e gravadas segundo um roteiro, e a aplicação de questionários contendo questões abertas e objetivas em múltipla escolha a cada grupo focal. Trata-se, também, de uma pesquisa qualiquantitativa, visto que a organização do questionário teve como base 03 temáticas, com 31 questões considerando-se uma amostra de 16 informantes Kaiabi da comunidade indígena em questão distribuídos em três gerações de crianças, jovens e adultos, equitativamente subdivididas em pessoas do gênero feminino e do masculino. Os resultados apontaram que o uso da língua é um dos principais aspectos do povo Kaiabi Kawaiwete e, apesar de esta comunidade ser bilingue, a análise comprovou que os kawaiwete priorizam sua língua, em detrimento da língua adicional (o português), considerando-se que o domínio social do povo Kaiabi abrange os fatores culturais, econômicos, políticos, estando todos interligados, não perdendo, assim, sua essência cultural linguística até os dias atuais. Concluiu-se que, diante dos complexos problemas que os indígenas enfrentam, urgem políticas públicas educacionais destinadas à manutenção das línguas indígenas do Brasil.