REPRESENTAÇÕES EM PONCIÁ VICÊNCIO: das marcas da escravidão, violência e loucura às mulheres negras
Ponciá Vicêncio. Mulher e escritora negra. Racismo. Violência. Loucura.
Este trabalho buscou refletir sobre como se constata o colonialismo e as marcas da escravidão, da violência e do enlouquecimento, com foco à figura da mulher negra no romance Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo. Verificou-se também em que condições as escritoras negras escrevem no Brasil para pensar sobre o lugar social ocupado pela escritora Conceição Evaristo. No tocante aos impasses enfrentados pelas mulheres para que pudessem publicar seus escritos, buscamos amparo crítico-teórico em autoras como Angela Davis (1981), Virginia Woolf (1929), Djamila Ribeiro (2018), bem como Conceição Evaristo, enquanto pesquisadora e crítica literária. Autores como Silvio Almeida (2019), Cida Bento (2022) e Neusa Souza Santos (2021), dentre outros, são retomados para sustentar a discussão. E para refletir acerca da aparição da mulher negra no romance, Lélia Gonzales (2020), Bell Hooks (2020), Cida Bento (2022) e Silvia Federici (2019) surgem como necessárias para a análise deste aspecto na obra. Observou-se que a obra se insere politicamente por trazer um tema que remete às lutas pelos direitos das mulheres e da população negra, pois traz de forma crítica os assuntos analisados ao contemplar as violências e as marcas do colonialismo e do patriarcado além de trazer uma mulher negra como protagonista do romance como uma marca de resistência.