OS MEANDROS DA BELEZA E DA FEIURA: dos primórdios da Grécia Antiga até a Contemporaneidade na obra Nojo, de Divanize Carbonieri
Mitos gregos; Helena de Tróia; Nojo, de Divanize Carbonieri
Esta pesquisa se ocupará em traçar uma reconstrução historiográfica do conceito de beleza e de feiura em dois momentos distintos, a começar pelas narrativas mitológicas que surgiram na Grécia Antiga, nas quais se encontram as bases míticas que sustentarão o ideal dessas antíteses. Assim, tem-se divindades como Afrodite, Eros, Psiquê, Narciso e Apolo, que foram e ainda são referenciais do que se considera Belo. Seguindo a mesma linha de análise, buscar-se-á examinar as imagens da Beleza e da Feiura que são construídas nos cantos de Ilíada; mais especificamente a beleza da personagem Helena, que, apesar de estar em segundo plano como elemento desencadeador da guerra de Tróia, ainda sim, a figura bela mostra-se como fonte segura para estabelecer diálogos pertinentes com os conceitos de Belo ou de Feio na contemporaneidade. Outros textos que tratam das narrativas míticas que abordam os mesmos temas também serão utilizados, como, por exemplo, o texto mítico que discorre sobre a discórdia implantada pela deusa Éris, a qual incita as deusas Afrodite, Atena e Hera a competirem pelo título de mais bela do Olimpo, utilizando-se, para isso, a obra de Hamilton (1973). A hipótese desta pesquisa encontra-se na ideia de que esses conceitos de belo e feio milenares ainda encontram fortes evidências na sociedade atual. Para essa confirmação, o propósito deste texto é apresentar uma breve contextualização da Retórica Aristotélica para entender como o discurso da Beleza impacta sobre o cotidiano da voz narradora em Nojo (2020), de Divanize Carbonieri, e como ela influencia os sujeitos tidos como feios a pleitearem por um padrão de Belo ideal. Assim, essa obra será tomada como objeto de estudo no intento de mostrar o lado sombrio das exigências que a imagem da beleza hegemônica demanda, principalmente a beleza feminina, a qual é pressionada por discursos que ditam à risca como a mulher da modernidade deve ser para que possa se encaixar nos padrões vigentes. Sendo assim, este trabalho também visa refletir sobre esses padrões a fim de contribuir para a desconstrução dessas imagens de beleza que são datadas, circunstanciais e culturais, de forma que não incluem a maioria, e muito menos comportam a diversidade de belezas que existem na pluralidade dos seres, mais especificamente no caso do sujeito mulher. Para isso, a pesquisa contará com os seguintes teóricos e filósofos: Hamilton (1973), Aristóteles (2023), Platão (1972), Bulfinch (2006), Lima (2011), Eco (2014), Bakhtin (1997), entre outros.