VÍTIMAS E ALGOZES: REPRESENTAÇÕES DA VIOLÊNCIA EM DESESTERRO, DE SHEYLA SMANIOTO
Mulher; Violêcia; Poder
O romance contemporâneo Desesterro, de Sheyla Smanioto, traz em seu enunciado a dor de várias Marias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. A obra narra a história de quatro gerações de mulheres que vivem à margem da sociedade, inseridas em um ciclo de violência física, psicológica, sexual, financeira e moral, perpetradas pelo único personagem masculino da obra, que as leva à subordinação e à opressão, deixando, inclusive, de terem o direito de escolher sobre a sua vida e sobre o seu próprio corpo. O objetivo do estudo, então, é o de analisar em Desesterro essa realidade de violência e abuso contra as mulheres, ou seja, as representações e variações dessa violência, assim como seus possíveis significados. Para tornar apta a pesquisa proposta, faz-se necessário estabelecer metodologia de pesquisa bibliográfica, tendo como teóricos principais Hannah Arendt, Michel Foucault, Bordieu e outros que tratam da temática. Essa violência contra a mulher se mostra enraizada em nossa sociedade patriarcal, porém, a perspectiva trazida pela autora apresenta as mulheres e as suas dores como elementos capazes de ressignificar as relações sociais e seu conjunto de valores.