Diagnóstico do ensino das línguas indígenas e do português nas escolas Leonardo Crixi Apiaká, Juporijup e Krixi Barompô, na terra Indígena Apiaká-Kayabi, Juara – Mato Grosso
Cultura indígena. Educação Escolar Indígena. Ensino de línguas indígenas. Povos originários. Terra Indígena Apiaká-Kayabi, Juara.
A educação escolar é a esperança dos povos indígenas para a conquista definitiva de direitos e territórios. Em busca da autonomia dos indígenas e da efetivação de políticas públicas para a sua educação escolar, o objeto de estudo desta dissertação é o ensino de línguas indígenas e o da portuguesa, propugnando a valorização da cultura indígena nas práticas pedagógicas. Para isso, delineou-se o papel que escolas e docentes devem desempenhar nesse processo. Por isso, o objetivo desta pesquisa foi estudar o espaço de práticas de preservação das línguas indígenas em escolas situadas em três aldeias indígenas. Postulados da Sociolinguística e suas vertentes deram suporte ao quadro teórico com estudos sobre contato entre línguas, sobre plurilinguismo e Sociolinguística Educacional orientados pelo contexto plurilíngue, e vislumbrando a escola como espaço de discussões sociolinguísticas. O intuito foi indicar soluções ou melhoramentos para o ensino formal da língua materna, e solucionar problemas que tal ensino enfrenta, um dos mais fatores mais relevantes, especialmente no contexto escolar. A metodologia incluiu as pesquisas bibliográfica, documental, etnográfica e de campo. Utilizou-se, ainda, a pesquisa qualitativa que auxiliou ampliar o conhecimento acerca das comunidades indígenas e de procedimentos para preservar e revitalizar suas línguas. Para isso, a pesquisadora interagiu com as comunidades indígenas, para obter e melhor absorver conhecimentos sobre estes povos. A pesquisa procedeu a um recorte para abordar aspectos interculturais e sociolinguísticos dentro das escolas indígenas, que, acredita-se, subsidiam os estudos sobre a Educação Escolar Indígena, e permitem que as escolas desses e de outros povos repensem sua educação, seu ensino, e lutem pela manutenção da sua língua nativa. Alicerçada nos pressupostos da sociolinguística, esta pesquisa considerou e analisou posicionamentos crenças, valores, sentimentos, filosofia de vida e atitudes dos sujeitos participantes, para sugerir elementos para uma educação formal indígena adequada e efetiva. O estudo pesquisou as línguas faladas nas comunidades indígenas, para verificar como eles as revitalizam e mantêm, para evitar seu desaparecimento. Os resultados da pesquisa apontaram a necessidade da garantia do direito do ensino da língua portuguesa e o da nativa a cada povo indígena, mas sempre na observância das especificidades desses povos e do plurilinguismo. Também, este ensino deve sempre se pautar pela legislação educacional governamental, mas, com ações direcionadas para o diálogo e abrindo múltiplos espaço, em todos os sentidos possíveis, para uma educação alternativa capaz de atender às demandas de valorização da cultura, dos saberes e das línguas indígenas, dentro e fora dos currículos escolares.