OS MEANDROS DA BELEZA E DA FEIURA: dos primórdios da Grécia até a Modernidade na obra Nojo, de Divanize Carbonieri
Mitos gregos; contos de fada; Nojo, Divanize Carbonieri.
Esta pesquisa se ocupará em traçar uma reconstrução historiográfica da beleza e do feio em três momentos distintos, a começar pelas narrativas que surgiram na Grécia Antiga, em que se encontram as bases míticas que sustentarão o ideal dessas antíteses. Assim, tem-se divindades como Afrodite, Eros, Psiquê, Narciso e Apolo, que foram e ainda são referenciais do que se considera Belo. No capítulo seguinte, o tema se estenderá para a Idade Média, mais especificamente para as narrativas que eram popularmente transmitidas de forma oral, ou seja, contadas de geração para geração e que, de certa maneira, contribuíram para fixar modelos do Feio ou do Belo provenientes das relações domésticas da época, principalmente a projeção das bruxas em mulheres intelectuais que estavam à frente dos costumes da época ou em madrastas severas; ou ainda na possibilidade de se ter um tão esperado "final feliz", logrado graças à boa conduta ou às custas de um amor verdadeiro capaz de estraçalhar a monstruosidade da aparência física e chegar até a bondade da essência humana. Nesse caso, serão destacados como principais exemplares os contos de fadas, sobretudo A Bela e a Fera, de Madame de Beaumont. Por fim, no último capítulo, serão apresentadas as características da narrativa contemporânea no contexto da literatura mato-grossense trazendo-se algumas de suas representantes mais influentes, como Marli Walker, Tereza Albues e Marta Cocco, para então, logo após, adentrar-se a obra Nojo, de Divanize Carbonieri. Assim, essa obra será tomada como objeto de estudo no intento de mostrar o lado sombrio das exigências que a imagem da beleza hegemônica demanda, principalmente a beleza feminina, a qual é pressionada por discursos que ditam à risca como a mulher da modernidade deve ser para que possa se encaixar nos padrões vigentes. Sendo assim, este trabalho também visa refletir sobre esses padrões a fim de contribuir para a desconstrução dessas imagens de beleza que são equivocadas e certamente não incluem a maioria e, muito menos, comportam a diversidade de belezas que existem na pluralidade dos seres, mais especificamente no caso do sujeito mulher.