UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA VIOLÊNCIA HATER NO ENSINO REMOTO REPRESENTADA POR PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DO MATO GROSSO
Hater. Língua Portuguesa. Educação Básica. Mato Grosso. Análise do Discurso Crítica.
Nesta pesquisa busca-se analisar as representações discursivas da violência hater no ensino remoto construídas por professores de Língua Portuguesa do Mato Grosso. Especialmente, porque os discursos hater veiculados na internet foram evidenciados em contexto escolar face ao cenário pandêmico provocado pela pandemia da Covid-19 e são entendidos, nesse estudo, como prática social. A pesquisa baseia-se na abordagem teórico-metodológica da Análise do Discurso Crítica (ADC), com enfoque qualitativo-interpretativista, fundamentada nas considerações de Norman Fairclough (2016 [1992]; 2003). Vale salientar que os estudos de Giddens (1991), Bourdieu (2001), Lebrun (2008), Rebs e Ernest (2017) e Verme e Aplle (2021) referenciam a construção de uma perspectiva teórica na qual entende-se o fenômeno hater como adepto a uma estrutura cultural, social e ideológica de violência simbólica e não somente como um grupo social. Desse modo, a formulação do corpus analítico da pesquisa compõe-se por excertos de discursos representados por meio de questionários e entrevistas com professores(as) de Língua Portuguesa da educação básica pública e gratuita do Estado de Mato Grosso. Em um primeiro momento, foram feitos questionários online pelo Google Forms, para identificação dos(as) professores(as) que experienciaram discursos de ódio durante suas aulas na modalidade remota e para reconhecer o que esses profissionais entendem por violência hater. Em um segundo momento, foram feitas entrevistas semiestruturadas, de forma online, para compreender as representações da violência hater em seus discursos. Os dados produzidos na pesquisa possibilitaram identificar os elementos linguísticos que evidenciavam práticas discursivas da cultura hater e as representações discursivas de docentes atuantes na educação básica durante o período de ensino remoto. Além disso, foi possível propor elementos para o enfrentamento ao discurso de ódio na educação básica.