CINEMA E LITERATURA: A QUEDA DA CASA DE USHER VERSUS A CASA MONSTRO, A QUESTÃO DO CORPO E A PERSONIFICAÇÃO DA CASA, UM ESTUDO COMPARATIVO
Fantástico. Terror. Allan Poe. Casa. Filme de animação.
O conto A queda da casa de Usher, publicado por Edgar Allan Poe em 1839 e a obra cinematográfica A casa monstro, dirigida por Gil Kenan e produzida por Robert Zemeckis e Steven Spielberg no ano de 2006, são objeto de análise comparativa deste estudo, no qual se verifica como estão representadas simbolicamente as casas, tanto seus espaços internos quanto externos, de acordo com embasamentos teóricos principalmente de Todorov (1992), Furtado (1980) e Gaudreault (2009). A análise comparativa entre a obra cinematográfica e a ficção literária será apresentada levando-se em conta os diferentes contextos temporais e espaciais que envolvem a obra clássica de Poe e a contemporânea de Gil Kenan, além de evidenciar as diferenças das linguagens das obras, já que se trata de uma obra literária e uma animação. Essas questões implicam na utilização de textos teóricos que fundamentem as relações entre essas diferentes narrativas, como o texto de Ivete Walty (2011) intitulado Palavra e imagem: leituras cruzadas, dentre outras obras teóricas. Mesmo que quase dois séculos as separem, faz-se interessante analisar essas obras tanto pelo viés das semelhanças quanto das diferenças, tomando-se o devido cuidado para não cometer anacronia. Dessa maneira, os elementos narrativos que compõem as obras serão relacionados para que se produzam significados capazes de questionar a imagem tradicional de “casa” como célula fundamental da família patriarcal, já que, ao invés de proteção aos personagens, promovem ameaças, medo e terror.