ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS EM TEMPOS DE PANDEMIA: concepções de docentes, gestores e pais
Linguística Aplicada. Multiletramentos. Língua Inglesa. Língua Inglesa para Crianças. Pandemia da Covid-19.
No estudo ora apresentado são investigadas as concepções de gestores, dos professores e dos pais de alunos sobre o ensino-aprendizagem de língua inglesa para crianças e que vivenciaram a pandemia da Covid-19, com vistas a entender quais foram suas aprendizagens e enfrentamentos resultantes desse período, como se relacionam ao anterior e os reflexos posteriores ao distanciamento social. Verificou-se quais os multiletramentos foram identificados antes do ensino remoto emergencial e quais foram estimulados durante o ensino remoto e posteriormente, sob a perspectiva de pessoas que se relacionam diretamente com os alunos que integram as escolas públicas municipais de Lucas do Rio Verde-MT. Pautamo-nos nos pressupostos teóricos da Linguística Aplicada, que discutem os conceitos de ensino-aprendizagem de língua inglesa (MONTE MÓR, 2000; 2002; 2008; RAJAGOPALAN, 2005, entre outros), de língua inglesa para crianças (ROCHA, 2008; SANTOS E BENEDETTI, 2009; RAVAGNANI E JUSTINA, 2021), o ensino em tempos pandêmicos (BERALDO, 2020; LIBERALI, 2020), acerca dos letramentos e multiletramentos em pressupostos teóricos que os conceituam de maneira a permitir relacioná-los a esse momento (FREIRE, 1987, 1989, 1996; THE NEW LONDON GROUP, 1996; SOARES, 2002, 2003, 2004; STREET, 2003; KLEIMAN, 2007; COSCARELLI, RIBEIRO, 2011; ROJO, 2012, 2020; KALANTIZS et al., 2020) e no tocante às emoções (BARCELOS, 2015; BARCELOS, DA SILVA, 2015; NÓVOA, 2020). Em relação ao aporte metodológico, fundamentamos o estudo a partir dos princípios da pesquisa qualitativa (BAUER e GASKELL, 2002; ANDRADE e HOLLANDA, 2010), de cunho etnográfico (SPRADLEY, 1980; WATSON-GEGEO, 1988). Para a geração de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observações com registro de notas de campo pela pesquisadora. A análise dos dados pauta-se na abordagem interpretativista (SCHWANDT, 2000; ORLIKOWSKI, BAROUDI, 1991). Os dados demonstraram que os multiletramentos foram estimulados de acordo com as concepções dos três grupos de participantes por meio do uso das tecnologias digitais com finalidade pedagógica, o que contribuiu para o ensino-aprendizagem contextualizado e significativo para as crianças. Entretanto, todos os envolvidos nesse cenário enfrentaram desafios em relação à adaptação ao ensino remoto e à necessidade de distanciamento social que, por vezes, despertaram emoções aflitivas e alguns alunos não chegaram a resultados satisfatórios na aprendizagem, mesmo diante do esforço hercúleo de professores.