PERCURSOS DE RECONFIGURAÇÃO IDENTITÁRIA EM NIKETCHE: UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, DE PAULINA CHIZIANE
Literatura Moçambicana; Romance; Paulina Chiziane.
O presente estudo tem como objetivo analisar os aspectos indicativos da representação e reconfiguração identitária feminina no romance, Niketche: uma história de poligamia, de autoria da moçambicana Paulina Chiziane, buscamos identificar o percurso representativo de novas identidades, além disso, a pesquisa procura na literatura escrita por mulheres. Busca-se compreender como a literatura tem trazido novas representações simbólicas em relação ao papel social das mulheres na Modernidade Reflexiva. A partir do lugar de protagonismo em sua história, a personagem principal da narrativa, Rami, representa todos os seus pares, ademais, esse também é um processo de rompimento com a opressão e a subalternidade. Ao examinar como a literatura pós-colonial aborda o papel social da mulher no sentido de romper com os estereótipos históricos, corrobora também com a reflexão sobre a equidade de gênero, na discussão sobre silenciamento imposto às mulheres, principalmente aquelas oriundas de povos colonizados, a exemplo de Moçambique. Para embasamento da análise, foram utilizados os apontamentos de Hall (2003 e 2006) sobre identidade, de Bonnici (2000) e Mata (2014) sobre a teoria pós-colonial, e os ensinamentos de Zolin (2019), Woolf (1928) e Perrot (1998) em relação a autoria feminina, essas teorias contribuiram para compreensão sobre o papel histórico da linguagem e da literatura utilizadas por classes dominantes como ferramentas na afirmação de modelos sociais hegemônicos em oposição à literatura escrita por mulheres na contemporaneidade, cuja contribuição, tem sido na representação e reconsideração de identidades plurais, como por exemplo em Niketche, ao apresentar uma sociedade multicultural e seus diferentes sistemas conjugais.
Palavras-chave: Literatura Moçambicana; Romance; Paulina Chiziane.