TENDÊNCIAS DO FANTÁSTICO EM AZUL DE FEVEREIRO, DE EDUARDO MAHON: Configurações do duplo e as relações de consumo
Literatura fantástica produzida em Mato Grosso. Conto contemporâneo. Pós-modernismo. Azul de fevereiro. Eduardo Mahon.
Este trabalho aborda as tendências do fantástico no livro de contos Azul de fevereiro (2018), do escritor Eduardo Mahon. Para tanto, selecionou-se nove dentre os sessenta contos que compõem a obra, utilizando-se como critério de seleção a abordagem do tema do duplo e das relações de consumo que remetem à ocorrência de elementos comuns à narrativa fantástica, como as representações do espelho, a morte, as metamorfoses do corpo e a presença de personagens que parecem deslocadas e fragmentadas diante da liquidez das relações produzidas na sociedade contemporânea, o que reflete, inclusive, na construção de suas identidades e no reconhecimento delas mesmas. Nessa perspectiva, apresentam-se os conceitos relacionados à identidade e literatura na pós-modernidade, bem como, as características e definições em torno do conto contemporâneo, atrelando-os às conceituações e desdobramentos próprios à literatura fantástica. Com isso, o objetivo deste trabalho é apresentar o mundo narrativo e as questões insólitas presentes na obra de Eduardo Mahon, especialmente, as que remetem ao tema do duplo e às relações de consumo, bastante marcados nas produções mahonianas. A base teórico-metodológica que sustenta esta pesquisa é composta, dentre outros, pelos estudos de Furtado (1980), Todorov (2004), Sartre (2005), Roas (2014), Pierini (2017) e Matagrano e Tavares (2019), no que se refere à literatura fantástica. No que diz respeito ao conto contemporâneo, a pesquisa amparou-se nas contribuições de Piglia (2004), Cortázar (2008) e Bosi (2015). Para compreensão dos conceitos relacionados ao pós-modernismo, Hall (2006), Coelho (2011), Eagleton (2019) e Fernandes (2019) também serviram de base para o presente estudo. Por fim, ao concluir esta pesquisa, espera-se contribuir com os estudos relacionados à Literatura Brasileira produzida em Mato Grosso, evidenciando as vertentes do fantástico como uma ferramenta capaz de refletir os conflitos do homem moderno e as fissuras presentes na sociedade, tendo em vista que, muitas vezes, a literatura possibilita compreender e ressignificar o modo desse homem ser e de estar no mundo.
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