CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E RESISTÊNCIA FEMININA EM CONTOS DE OLHOS D’ÁGUA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Conceição Evaristo. Identidade. Literatura afro-brasileira. Resistência.
Partindo do pressuposto de que a construção da identidade é um movimento constituído a partir de relações sociais com outros indivíduos, o objetivo desta pesquisa é analisar como se conforma a construção identitária das personagens femininas em contos selecionados da obra Olhos d’água (2014), de Conceição Evaristo. Para esta pesquisa, consideramos as seguintes narrativas: “Olhos d’água”, “Maria”, “Zaita esqueceu de guardar os brinquedos”, “A gente combinamos de não morrer” e “Ayoluwa, a alegria do nosso povo”. Como aporte teórico foram selecionados alguns estudiosos como Zygmunt Bauman (2005), Stuart Hall (2005) e Joe Candau (2018), que trazem discussões sobre identidade, considerando sua construção como um processo contínuo e vital. Com o intuito de aprofundar na questão da literatura de autoria negra, foram abordados os estudos de Maria Nazareth Soares Fonseca (2000, 2011), Eduardo de Assis Duarte (2008), recorrendo-se, também, às reflexões da escritora e ensaísta Conceição Evaristo (2010), uma vez que é uma das vozes representativas da literatura afro-brasileira contemporânea. Por meio deste estudo, reafirma-se a relevância da produção literária afro-brasileira, e a importância de trazer para o cenário obras que abordam questões cotidianas pela voz de escritoras mulheres, negras, pois determinam um processo fundamental de evidenciar vozes de mulheres que foram (e ainda são) silenciadas.