CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E TRAJETÓRIAS DE DOCENTES DE LÍNGUA INGLESA DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE SANTA CARMEM, MATO GROSSO
Linguística; Linguística Aplicada; Língua Inglesa; identidade docente; trajetórias docentes; formação de professores.
A presente dissertação tem como objetivo analisar o processo de construção da identidade docente de professores de Língua Inglesa (LI) atuantes ou que atuaram na cidade de Santa Carmem, estado de Mato Grosso, Brasil, com base em dados gerados por meio de narrativas orais. A pesquisa está situada na área de Linguística Aplicada e fundamenta-se teoricamente em autores que discutem a identidade como fenômeno histórico, relacional e discursivo, a exemplo de Hall (2000, 2006), Dubar (2005), Bauman (2005), Silva (2000) e Norton (2000). No que se refere à identidade docente, apoia-se nas contribuições de Nóvoa (1997, 2003, 2007), Pimenta (2000, 2005, 2012), Marcelo (2009), Mockler (2011), Santos (2015), que discutem a docência como prática social construída nas interações, nas formações e nas experiências. A formação inicial e continuada é abordada com base nos aportes de Tardif (2014), Imbernón (2001, 2011), Gatti (2010), Perrenoud (2002) e Pimenta (2005), os quais ressaltam a articulação entre saberes e contextos formativos. Teórico-metodologicamente, ancora-se em uma abordagem qualitativo-interpretativista sendo que a geração e análise dos dados foram realizadas por meio de entrevistas narrativas orais, conforme os princípios metodológicos de Jovchelovitch e Bauer (2002), em articulação com as perspectivas de Barcelos (2008, 2020), Bruner (2001) e Paiva (2019). Esses autores compreendem as narrativas como construções identitárias legítimas e potentes. Os resultados indicam que a identidade profissional dos docentes de LI é construída de maneira multifacetada, marcada pelas experiências pessoais, condições de trabalho, formação (por vezes fragmentada) e por meio de interações em contextos sociais, históricos e institucionais. Evidencia-se que as identidades docentes coexistem e se entrelaçam em um processo dinâmico, atravessado por desafios, ressignificações e aprendizagens contínuas. Conclui-se, portanto, que a identidade docente não é unívoca, mas plural, (re)construída na convivência entre múltiplos “eus” profissionais, que dialogam, conflitam e se transformam ao longo da trajetória individual e coletiva dos professores.