Banca de DEFESA: TAYZA CODINA DE SOUZA MEDEIROS GUEDES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TAYZA CODINA DE SOUZA MEDEIROS GUEDES
DATA : 30/09/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Via Google Meet
TÍTULO:

ALÉM DO SERTÃO: REDES, DIÁLOGOS E ESTRATÉGIAS EDITORIAIS NA REVISTA A VIOLETA (1916-1950)


PALAVRAS-CHAVES:

Imprensa feminina; Rede de sociabilidade; Literatura mato-grossense.


PÁGINAS: 260
RESUMO:

A presente tese tem como corpus a revista literária A Violeta, fundada em 1916, em Cuiabá/MT, e publicada até 1950. Trata-se da revista brasileira produzida por mulheres com maior tempo de circulação no século XX (1900 – 1949), constituindo-se como um marco da escrita de mulheres no Estado de Mato Grosso. Dirigida e editada por alunas egressas do Colégio Liceu Cuiabano, surgiu como publicação do Grêmio Literário "Júlia Lopes de Almeida", que traz a consagrada escritora “Júlia Lopes” como homenageada e, posteriormente, como colaboradora assídua da revista. O periódico, editado por mulheres, situa-se ideologicamente dentro da 1ª fase do feminismo, em que através do feminismo tático (Soihet, 2000) foi possível encontrar meios dentro de um sistema patriarcal para buscar um espaço na vida pública sem se colocar em uma dinâmica de enfrentamento. Como estratégia, as editoras investiram na constituição de uma rede de sociabilidade entre mulheres letradas e revistas em circulação no país, com o objetivo de ampliar seu alcance, promover debates emancipatórios entre as leitoras e assegurar a periodicidade das publicações através da projeção de outras revistas. O desenvolvimento das rotas fluviais pelos rios Paraguai e Paraná, somado à introdução dos voos comerciais a partir de 1930, permitiu a Mato Grosso superar as barreias logísticas, favorecendo a circulação de ideias. Nesse contexto, as colaboradoras de A Violeta passaram a incorporar recortes de outros periódicos, divulgando conferências feministas, crônicas e poemas de escritoras nacionais e regionais, bem como notícias sobre conquistas das mulheres no Brasil e no exterior. A partir dessa perspectiva, esta tese tem como objetivo analisar a rede de sociabilidade enquanto estratégia editorial, além de examinar as crônicas de Maria Dimpina Lobo Duarte, gênero presente nos 34 anos da revista, que funciona como espaço de interlocução com as leitoras. Nessas crônicas, a autora estabelece um tom de conversa “entre amigas”, ao chamá-las de “minhas leitoras”, mas utiliza tal proximidade para propor reflexões e projetos. Para compreender o contexto histórico, social e literário de Mato Grosso no século XX recorre-se às leituras de Castrillon-Mendes (2020), Magalhães (2001), Mendonça (2015), Nadaf (1993) e Siqueira (2009). Nas relações estabelecidas na imprensa produzida por mulheres, serão abordados os estudos de Duarte (2018), Buitoni (2009), Martins et Luca (2012) e Muzart (2003) e acerca da rede de sociabilidade ampararemos nas discussões de Sirinelli (2003) e Pizarro (2004). Nessa direção, a tese visa a apresentação de A Violeta como uma revista de significativa contribuição para a história da imprensa e da literatura produzida por mulheres no Brasil, mas além disso, é também figurativa de uma teia de colaboração de mulheres na imprensa que refletirá em sua perpetuação e em uma estratégia editorial.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 37107001 - OLGA MARIA CASTRILLON MENDES
Interno - 82353001 - HELVIO GOMES DE MORAES JUNIOR
Interna - 82424001 - WALNICE APARECIDA MATOS VILALVA
Externo à Instituição - DAGOBERTO ROSA DE JESUS - IFMT
Externa à Instituição - MARIA FERNANDA AMARO DE MATOS BRASETE - UA
Notícia cadastrada em: 25/09/2025 09:20
SIGAA | Tecnologia da Informação da Unemat - TIU - (65) 3221-0000 | Copyright © 2006-2025 - UNEMAT - sig-application-01.applications.sig.oraclevcn.com.srv1inst1