A CONSTRUÇÃO IMAGÉTICA DA POPULAÇÃO AFRO-BRASILEIRA NA NARRATIVA MACUNAÍMA (1928) DE MÁRIO DE ANDRADE
Literatura brasileira. Identidade. Herói brasileiro.
O presente trabalho tem por objetivo perceber o potencial contato da arte literária com algumas outras artes, como a plástica, com a sociedade e sua capacidade de assimilar e, até modificar as várias tradições culturais. Embora saibamos que a narrativa romanesca não se atenha obrigatoriamente em abordar o mundo real, ela consegue lidar com as percepções reais, adentrando sentidos, articulando significados e valores que regem as diversas relações entre indivíduos numa sociedade, de um determinado tempo histórico, ideológico e político. Consequentemente, esse espaço artístico é também um espaço de disputa de poder e/ou de representatividade. E, é nessa seara que dialogamos a partir do romance Macunaíma (1928) de Mário de Andrade, uma das obras mais icônicas e marcantes da chamada Era Modernista brasileira, buscando perceber a contribuição e o impacto representativo nas relações humanas dentro e fora do universo literário. A partir da imagem da população negra brasileira constituída na estética moderna, na década de seu nascimento no Brasil, visamos analisar seu reflexo para a sociedade e a cultura contemporânea e seu amalgamento ao patrimônio cultural. Como subsídio teórico para esta investigação, usaremos os trabalhos de Afrânio Coutinho (1968; 1977; 2004), Alfredo Bosi (1966; 1992), Antônio Cândido (1992; 2014; 2017), Renato Ortiz (2005), Walter Benjamin (1987) e Zilá Bernd (1992), entre outros (apoio teórico será revisado).