MACHADO DE ASSIS, RUBÉN DARÍO E A INTERFACE CRÍTICA DA CRONÍSTICAIBERO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
Crônica. Jornalismo. Crítica Literária. Machado de Assis. Rubén Darío.
Esta tese investiga a cronística ibero-americana do século XIX a partir do cotejo de dois autores representativos: o brasileiro Machado de Assis e o nicaraguense Rubén Darío. Como recorte, são perquiridas oito crônicas publicadas no decênio de 1890, as quais engendram, em sua pauta, alguma crítica qualitativa sobre obras de escritores oitocentistas. No caso do cronista brasileiro, a seleção baseia-se em quatro crônicas lançadas na seção “A Semana”, no jornal carioca Gazeta de Notícias, a saber, em ordem cronológica: 11 de novembro de 1894, 6 de janeiro de 1895, 19 de janeiro de 1896 e 27 de dezembro de 1896. Para o cronista hispano-americano, o corpus envolve quatro textos que vieram a lume, em sua maioria, no jornal argentino La Nación, e posteriormente compilados na obra Los Raros (1896), os quais perfilam os seguintes autores: José Martí, Eugénio de Castro, Edgar Allan Poe e Max Nordau. A partir de uma revisão sistemática que engloba os binômios jornalismo-literatura, Europa-América e Modernismo-crônica, além do estudo das práticas lítero-jornalísticas ocorridas no periodismo do final do século XIX no continente americano, é possível observar diversos pontos de convergência entre a cronística brasileira e a hispano-americana, principalmente no que tange à interface crítica, embora a relação intracontinental entre os dois blocos tenha pouco relevo nos estudos acadêmicos atuais. Como referencial teórico basilar, utilizam-se os estudos dos brasileiros José Marques de Melo (1992), Antonio Candido (1989, 1992, 2006), Marlyse Meyer (1992), Lúcia Granja (2000, 2010, 2015) e Marcus Soares (2014); dos hispanófonos Ángel Rama (1982, 1985, 2001), Aníbal González (1983) e Susana Rotker (2005); e dos francófonos Marie-Ève Thérenty (2007, 2012, 2015), Alain Vaillant (2009, 2015) e Lise Andries (2011).