O impacto da degradação florestal na comunidade de abelhas no Sudeste da Amazônia.
mudanças globais, borda sul da Amazônia, legado do fogo, polinizadores,
ecologia do fogo, efeito de borda, distúrbios compostos.
Apesar da importância das abelhas no funcionamento de ecossistemas naturais e antrópicos, ações humanas ou antropicamente exacerbadas como o fogo, o efeito de borda e as mudanças climáticas têm prejudicado a apifauna globalmente, incluindo na Amazônia. A intensidade do fogo e do efeito de borda determinam a magnitude dos impactos, que se manifestam sob a forma de efeitos cascata na comunidade vegetal, afetando, por conseguinte, a apifauna. Há uma lacuna de conhecimento acerca da capacidade de restabelecimento da comunidade de abelhas em áreas naturais incendiadas e afetadas por efeito de borda. Nesta pesquisa, avaliamos o efeito de borda em combinação com o legado da queima após 14 anos em diferentes regimes de fogo (controle, anual e trienal) sobre a estrutura da floresta e sobre a diversidade e abundância de abelhas em áreas de queima controlada no sul da Amazônia. Surpreendentemente, o tratamento de queima anual apresentou riqueza de espécies maior (61) do que a queima trienal (53) e controle (48). A cobertura de vegetação foi o fator que favoreceu a riqueza. A composição das abelhas mudou com a distância da borda e com a cobertura derivada, favorecendo a presença de espécies diferentes entre as distâncias. Apesar dos distúrbios causados pelo fogo e pela proximidade com a borda florestal, a comunidade de abelhas mostra-se resiliente ao ambiente.