A SAÚDE DO PESCADOR PROFISSIONAL ARTESANAL: UM ESTUDO DE CASO NO PANTANAL NORTE
Prevenção, Diagnóstico, Enfermagem, Meio ambiente, Trabalho.
A saúde do pescador profissional pode ser comprometida por diversos fatores, incluindo lesões por esforço repetitivo, câncer de pele, doenças respiratórias e cardíacas. A falta de acesso a equipamentos de proteção individual e a ausência de acompanhamento de saúde adequado também contribuem para comprometimento da saúde. Essa tese é apresentada em quatro manuscritos, e tem por objetivo analisar as condições do equilíbrio dinâmico entre a saúde física, mental e social relacionadas as condições de trabalho e riscos à saúde do pescador profissional artesanal do Pantanal. O primeiro manuscrito apresenta uma análise clínica da saúde do pescador profissional artesanal no pantanal mato-grossense. O estudo analisou exames -, como: ureia, creatinina, colesterol total e frações, HDL, LDL, triglicerídeos, TGO, TGP e glicemia em jejum. Nas análises dos exames laboratoriais os perfis encontrados foram classificados como hiperglicemia, hiperlipidemia, hiperuremia, hipercreatinemia e normohepático em relação aos valores de referência. O segundo manuscrito caracterizou a saúde do pescador profissional artesanal através dos processos de enfermagem. Os processos de enfermagem foram aplicados em 297 participantes para a coleta de dados. A saúde do pescador foi caracterizada por doenças como a hipertensão arterial sistólica, diabetes mellitus tipo 2 e dores nas costas e articulares. Os principais diagnósticos da saúde dos pescadores foram caracterizados pela autogestão ineficaz da saúde (44%), risco de doença ocupacional (21%), volume de líquidos inadequado (10%) e padrão do sono ineficaz (9%). O terceiro manuscrito identificou a conexão que os filhos de pescadores mantém com a natureza, destacando os impactos na qualidade de vida e saúde mental durante a pandemia da COVID-19. A pesquisa analisou 98 questionários de alunos do ensino médio, a partir de uma amostra de todas as regiões do Brasil. Os filhos de pescadores e filhos de não pescadores foram comparados ao responderem sobre sua qualidade de vida, conexão com a natureza e saúde mental durante a pandemia. A situação de pandemia e de vulnerabilidade social dos filhos de pescadores, a baixa escolaridade de seus responsáveis influenciaram negativamente a qualidade de vida e saúde mental, como ansiedade e depressão. Este trabalho ressaltou a relevância de pesquisas contínuas e a implementação de políticas direcionadas à promoção da conexão com a natureza entre estudantes, em especial durante períodos de crise, como a pandemia da COVID-19. Os resultados dessa pesquisa apresentaram condições importantes da saúde física, mental e social dos pescadores profissionais. Oferece subsídios valiosos para embasar a formulação de estratégias e ações públicas de curto e longo prazo. Disponibiliza dados robustos para a implementação imediata de intervenções destinadas a promover e prevenir doenças e agravos à saúde.
Palavras-chave: Prevenção, Diagnóstico, Enfermagem, Meio ambiente, Trabalho.