Apectos histofisiológicos em diferentes estádios de desenvolvimento gonadal de Pseudoplatystoma corruscans em habitat natural no Pantanal Norte, Mato Grosso, Brasil.
Imunoensaio, hormônios, pintado.
Pseudoplatystoma corruscans é uma espécie de interesse econômico no estado de Mato Grosso, portanto está incluída nos planos de monitoramento reprodutivo e populacional de espécies selvagens. Nesta atividade, há desafios para identificação sexual e estadiamento reprodutivo, devido à espécie não apresentar dimorfismo sexual externo. Há registros de sexagem da espécie por meio de métodos tecnológicos, como ultrassonografia, endoscopia e análise histológica por incisão abdominal. Contudo, essas técnicas são invasivas e ou apresentam limitações quanto à sua eficácia em condições de campo. Nesse contexto, o presente trabalho foi estruturado e desenvolvido em forma de dois artigos integrativos. O primeiro artigo, uma revisão narrativa, buscou avaliar técnicas inovadoras não letais para sexagem e estadiamento reprodutivo de peixes, já o segundo, buscou a validação de uma técnica imunobioquímica como ferramenta não invasiva de sexagem de P. corruscans selvagens. No primeiro artigo, com o levantamento bibliográfico, foi possível verificar as principais técnicas utilizadas, destacando-se a endoscopia e ultrassonografia que possibilitou a visualização dos aparelhos reprodutivos sem causar morte nos espécimes, porém mostraram ser altamente invasivo e não tão preciso, respectivamente. Verificou-se também que métodos moleculares e de imunoensaio são confiáveis, mesmo após sexagem e estadiamento reprodutivo, por serem menos invasivos e práticos em campo. O segundo artigo, buscou validar o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) com níveis plasmáticos de 17β-estradiol (E2), testosterona (T) e 11-cetotestosterona (11-KT) de machos e fêmeas selvagens de P. corruscans. As análises hormonais revelaram diferenças marcantes entre sexos e estádios de desenvolvimento gonadal em P. corruscans. Nos machos, as concentrações de T e 11-KT foram significativamente mais elevadas durante a maturação, confirmando a 11-KT como o principal andrógeno associado à espermatogênese e ao pico reprodutivo. Nas fêmeas, observaram-se aumentos discretos de testosterona durante a maturação, enquanto a 11-KT manteve níveis baixos em ambos os estágios. Esses padrões reforçam a distinção sexual no balanço androgênico, com a 11-KT atuando como principal marcador da atividade reprodutiva masculina e a testosterona desempenhando papel mais modesto, porém relevante, no desenvolvimento gonadal feminino.