ESTRUTURA DA REGENERAÇÃO NATURAL E DA VEGETAÇÃO ADULTA DE FLORESTA POLIESPECÍFICA AFETADA POR INCÊNDIOS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAIAMÃ
Dinâmica florestal, florística, pantanal
A regeneração natural é um processo essencial para a renovação das florestas, sendo diretamente influenciado por fatores bióticos e abióticos que determinam quais espécies conseguem se estabelecer em determinado local. Nos últimos anos, os incêndios no Pantanal têm se tornado mais frequentes e intensos, o que pode alterar significativamente a composição da vegetação. Este trabalho teve como objetivo compreender a regeneração natural e a composição florística da vegetação após incêndios em florestas poliespecíficas localizadas na Estação Ecológica de Taiamã. O estudo foi conduzido em duas parcelas de 1 hectare cada (40 m x 250 m), estabelecidas em áreas de floresta poliespecífica. A vegetação arbórea foi reavaliada em 2023, após os incêndios ocorridos em 2020, considerando indivíduos com CAP > 15 cm em toda a área das parcelas. O levantamento da regeneração natural (indivíduos com altura < 2 m) e de indivíduos jovens (altura > 2 m) foi realizado, respectivamente, em 50 subparcelas de 2 x 2 m e 10 subparcelas de 20 x 25 m, distribuídas em cada parcela. No primeiro levantamento, foram registrados 408 e 637 indivíduos adultos nas áreas 1 e 2, enquanto em 2023 esses números foram reduzidos para 233 e 150 indivíduos, respectivamente. Quanto aos regenerantes e indivíduos jovens, foram registrados 523 e 1.148 regenerantes, e 304 e 243 jovens nas áreas 1 e 2, respectivamente. As espécies de maior importância nos levantamentos foram Zygia inaequalis, Spondias mombin, Trichilia catigua, Cassia grandis, Genipa americana, Triplaris americana e Cecropia pachystachia. Em comum aos três estratos analisados (adultos, jovens e regenerantes), foram identificadas 9 espécies na área 1 e 7 na área 2. A distribuição dos indivíduos por classes de altura e diâmetro manteve o padrão do “J” invertido, como esperado em áreas em processo de regeneração natural. No entanto, compreender os efeitos do fogo em áreas conservadas é fundamental para subsidiar ações de manejo e orientar estratégias de restauração ecológica.