Uso da terra e alterações hidromorfodinâmicas no médio curso do rio Itapecuru no município de Caxias - Maranhão
Rio Itapecuru; Componentes ambientais; Feições morfológicas; Atividades antrópicas, Hidrodinâmica.
O estudo foi realizado no médio curso do rio Itapecuru no município de Caxias no estado do Maranhão. Tendo como objetivo verificar os componentes ambientais, os parâmetros morfométricos, as formas de uso/ocupação da terra e os impactos e a hidromorfodinâmica no médio curso da bacia hidrográfica do rio Itapecuru no município de Caxias no Maranhão. Os procedimentos metodológicos usados para a realização da pesquisa firmaram-se no trabalho de gabinete, trabalho de campo e trabalho laboratorial. Para caracterizar as unidades geoambientais usou dados secundários por meio dos manuais técnicos dos principais centros de pesquisa do Brasil (IBGE, Embrapa, CPRM e Inmet). A base de dados foi processada utilizando de ferramentas das geotecnologias e por fim o pós-processamento de dados que correspondeu a adequação e padronização. Os parâmetros morfométricos foram obtidos através de fórmulas e padrões de referência. Para sobreposição das informações usou o software ArcGis 10.8. Para verificar a evolução das feições morfológicas ao longo do perfil longitudinal usou os mosaicos de imagens do Google Earth dos anos de 2010 e 2020 e ferramentas da geotecnologia, que permitiu a quantificação das feições. As fotografias aéreas foram obtidas utilizando o drone de modelo Mavic Air. Para a realização desta análise do uso e cobertura usou o mosaico de imagens do MapBiomas, coleção 5 do ano de 2021. De mesmo modo, a realização da produção do mapa de supressão da vegetação natural e regeneração ocorreu com a aquisição de dados raster MapBiomas, coleção 6 do ano de 2022. Para identificação os impactos ambientais nos canais fluviais urbanos utilizou os protocolos de avaliação rápida e o protocolo de avaliação dos parâmetros morfológicos nos canais fluviais. Para obtenção da hidrodinâmica algumas etapas (atividades gabinete, campo e laboratório) foram necessárias. No trabalho de gabinete dá-se início por meio da construção do referencial teórico, elaboração da base cartográfica e tabulação de dados e redação. O trabalho de campo decorreu a coleta de dados de hidrodinâmica no médio curso do rio Itapecuru foi aferida sobre as quinze seções transversais distribuídas ao longo perfil longitudinal, no período de cheia e estiagem. Para aferir a batimetria utilizou o ecobatímetro GARMIN, para medir a velocidade do fluxo usou o molinete fluviométrico e turbidimetro para obter a turbidez. Para as coletas de sedimento utilizou a draga do tipo Van Veen. As vazões foram obtidas com uso de fórmulas. Os registros fotográficos foram realizados com câmera fotográfica e uma aeronave não tripulado, remotamente pilotadas (RPA) com celular acoplado. O trabalho laboratorial consistiu em verificar tipos de sedimentos transportados e depositados no canal fluvial, sendo realizada a análise granulométrica utilizando-se o método de pipetagem – dispersão total para o fracionamento do material de fundo. Os resultados mostram informações importantes do médio curso da bacia hidrográfica do rio Itapecuru no município de Caxias. Em relação aos aspectos ambientais área se encontra na zona de transição climática, sobre o clima Tropical Zona Equatorial; as formações geológicas presente na área de estudo são a Formação Corda, Formação Motuca e Formação Sardinha, os Depósitos Aluvionares e Unidade Sedimentos Pós-Barreira e os Grupo Barreiras e Grupo Itapecuru; as unidades geomorfológicas mapeadas são quatro unidades com destaque o Patamar de Caxias e ocorrência cinco tipos de solos com destaque dos Plintossolos Pétricos Concrecionários. A vegetação registrada divide-se em sete registrou três classes de cobertura vegetal com predominância da Floresta Estacional Decidual Submontana. Quanto a morfometria a bacia a possui 183 canais, sendo considerado uma bacia de 5ª ordem. Registraram-se 109 canais de primeira ordem, 41 de segunda ordem, 28 de terceira ordem, 4 de quarta ordem e 1 canal de 5 ordem. O comprimento total dos canais foi de 1.004,77 km. Os valores registrados para o fator de forma, coeficiente de compacidade e índice de circularidade, permitiram concluir que a rede de drenagem possui forma Ovalada, com tendência mediana a enchentes. O índice de sinuosidade registrado foi de 1,29 km, indicando tendência a canais retilíneos. O índice de circularidade registrado foi de 116,23. O coeficiente de capacidade foi de 0,56. A densidade de canais registrou 0,03 km², o que indica baixa capacidade para gerar novos canais. A densidade de drenagem registrada foi de 0,29 km². Registrou mudanças temporais nas feições morfológicas no corredor fluvial, como: aumento ou redução na dimensão das feições, surgimento de novas feições e desparecimento. Foram diagnosticado dez unidades de uso e cobertura, como: Formação Florestal (1.665,44 km²), Formação Savânica (1.254,37 km²), Silvicultura (1,69 km²), Formação campestre (158,89 km²), Pastagem (293,40 km²), Infraestrutura Urbana (22,70 km²), Outras Áreas não Vegetadas (28,60 km²), Rio e/ou Lagoa (2,37 km²), Soja (1,28 km²) e Outras Lavouras Temporárias (0,91 km²). O mapeamento de Mudança temporal do uso e cobertura da terra entre 1985 e 2021 permitiu constatar: aumento nas áreas de pastagem, desmatamento e regeneração. A análise da degradação nos canais perímetro urbano da Cidade de Caxias obteve os seguintes parâmetros: natural, impactos e alterados de acordo com protocolo. No primeiro canal , constatou-se que os pontos (1, 2, 4 e 5) se encontram impactados e os pontos (3 e 6) registraram alterados. O segundo canal o ponto 1 apresentou natural, e ponto 2 configurou-se impactado e o ponto 3 alterado. No terceiro canal todos os pontos analisados estão impactados. No quarto canal, o ponto 1 estava natural, No quinto canal registrou-se impactado por ser canalizado e retificado. Os dados da hidrodinâmica apresentam diferentes no decorrer do ano. Na estiagem, os dados de hidrodinâmica são os seguintes: as áreas das seções variaram entre 16,32 m² a 158.00m²; as profundidades médias variaram de 1.10m a 3.10m; as larguras do canal ficaram entre 24 m a 51 m; as velocidades médias dos fluxos variaram de 0,242 m/s a 0,824 m/s; as vazões nas seções variaram de 13,45 m³/s-¹ a 41,75 m³/s-¹ e as turbidezes variaram entre 14,00 UNT a 21,30 UNT. Na cheia, as áreas das seções variaram entre 152,81 m² a 310,96 m²; as médias profundidades variaram entre 4,13m a 6,76m; as larguras do canal ficaram entre 27m a 51m; as velocidades médias dos fluxos variaram entre 1,12 m/s a 1,223 m/s, as vazões variaram entre 89,69 m³/s-¹ a 287,45 m³/s-¹ e os índices de turbidezes variaram entre 30,40 UNT a 39,40 UNT. A granulometria dos sedimentos mostrou a predominância de areia fina em ambos os períodos (cheia e estiagem). Na estiagem, a variação de areia fina foi de 93,2% a 99,15%. Na cheia, variou entre 65,95% a 99,7%.