Mudanças no uso e cobertura da terra e seus impactos socioambientais: Avaliação dos efeitos nos serviços ecossistêmicos e na saúde humana na Amazônia Meridional, Mato Grosso, Brasil.
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A Amazônia é uma prestadora de serviços ecossistêmicos essenciais para a manutenção da vida e equilíbrio do planeta e para a saúde planetária. No entanto, as mudanças no uso da terra, impulsionadas por políticas equivocadas de desenvolvimento, têm resultado em constantes perdas e degradação florestal, que comprometem a capacidade de ecossistema fornecer seus inestimáveis serviços aos sistemas socioecológicos. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar a evolução temporal das mudanças no uso e cobertura da terra do município de Juína, polo da região Noroeste de planejamento do estado de Mato Grosso (MT), localizado na Amazônia Meridional, de modo a avaliar os impactos nos serviços ecossistêmicos e seus efeitos socioambientais, incluindo a saúde e qualidade de vida das populações residentes. Os resultados estão estruturados em quatro artigos. O primeiro artigo trata-se de mapeamento cienciométrico dos estudos ientíficos nacionais e internacionais, publicados entre os anos 2000 e 2021, que abordam a influência da vegetação na saúde humana, empregando o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). O segundo artigo objetivou realizar uma análise multitemporal (1985 – 2021) do uso e cobertura da terra do município de Juína – MT, de modo a avaliar os impactos nos serviços ecossistêmicos, especificamente na hidrologia e no solo, e seus efeitos no clima, na saúde e qualidade de vida das populações residentes. O terceiro artigo, trata-se de um estudo epidemiológico ecológico exploratório acerca da incidência de doenças tropicais negligenciadas (DTN´s) e sua relação com as mudanças no uso e cobertura da terra e com indicadores socioambientais. Por fim, o quarto artigo, trata-se de um estudo de percepção dos atores sociais quanto às mudanças no uso e cobertura da terra, os serviços ecossistêmicos e suas relações com saúde, bem-estar e qualidade de vida. Os resultados prévios demonstraram que desde o seu processo de ocupação, este sistema socioecológico vem sendo alterado por fortes pressões econômicas, que resultaram em perda florestal de 16%, enquanto todos os usos antrópicos apresentaram tendência significativa de aumento, com destaque para as áreas de pastagens, que ocupam 14,9% da área total do município. Estas modificações podem impactar em importantíssimos serviços ecossistêmicos vitais para a estabilidade ecológica, climática, ambiental, aumentando as desigualdades socioeconômicas e afetando a saúde, bem-estar e qualidade de vida nos sistemas socioecológicos, sobretudo às populações mais vulneráveis.