ESTRUTURA E DINÂMICA DE ALGAS PERIFÍTICAS NO
PANTANAL MATO-GROSSENSE: POTENCIAL BIOINDICADOR
DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Perifíton, Macrófitas aquáticas, Planície de Inundação,
Metilação, Diversidade funcional.
Estudos ecológicos relativos ao perifíton, particularmente em ecossistemas
aquáticos tropicais brasileiros são importantes ferramentas para o conhecimento
da integridade biótica e auxiliam no desenvolvimento de diagnósticos das causas
dos problemas ambientais, sendo utilizados por exemplo como indicador da
qualidade da água e de seu estado trófico. Este trabalho teve como objetivo
analisar a estrutura e dinâmica de algas perifíticas em diferentes escalas
temporais e espaciais no Pantanal, Brasil. A comunidade de algas perifíticas foi
avaliada em substratos naturais (macrófitas aquáticas) em área de inundação
tropical, especificamente na Estação Ecológica de Taiamã, que se encontra na
Bacia do Alto Rio Paraguai, Pantanal Mato-grossense. Na primeira abordagem,
foram avaliados a dinâmica da diversidade taxonômica e funcional de
diatomáceas a partir de filtros ambientais e a contribuição da diversidade
funcional em área alagável tropical. Verificamos uma variação significante entre
traços funcionais das comunidades nos diferentes períodos hidrológicos (cheia,
vazante, estiagem e enchente) e uma substituição de espécies entre anos
(diversidade taxonômica), sem que a comunidade perca sua característica
funcional em cada fase do pulso de inundação, logo, indicamos a importância da
determinação de traços funcionais em planícies de inundação. Na segunda
abordagem, foram avaliados o potencial de metilação de mercúrio (Hg) no
perifiton radicial de três espécies de macrófitas aquáticas: Paspalun repens P.J.
Bergious, Salvinia auriculata Aubl., Eichhornia crassipes (Mart) Solms em
relação ao indice trófico da comunidade perifitica em uma área de inundação
tropical. As produções primárias de metilmercúrio no perifíton associado as
raízes das macrófitas em estudo variaram entre as espécies, além disso foi
verificado uma diminuição da produção primária de metilmercúrio conforme o
aumento do índice trófico, o que indica a influência de produtores primários do
perifíton nas taxas de metilação de mercúrio nos rizomas de macrófitas.
Concluímos, que os resultados deste estudo contribuem para formação de dados
sobre a comunidade perifítica e suas interações ecológicas, que podem servir
como referências para intervenções que visem o manejo do sistema Pantanal,
como na utilização de seus recursos hídricos, pois a dinâmica da comunidade é
regulada pelas condições ambientais e o seu conhecimento pode auxiliar na
avaliação da qualidade dos ecossistemas aquáticos.