“Um estudo sobre a sensibilização do uso da água nas instituições escolares de Educação Básica
na cidade de Cáceres-MT, junto ao Pantanal mato-grossense.”,
Educação ambiental; sensibilização; educação básica; formação docente; Cáceres, MT
O estudo aborda a Educação Ambiental (EA) como eixo formativo essencial desde os primeiros anos da vida escolar, evidenciando sua relevância diante da crise socioambiental global e, especificamente, no contexto da cidade de Cáceres (MT), inserida no bioma Pantanal. O objetivo é investigar as práticas pedagógicas voltadas ao uso consciente da água, compreender como a EA é implementada no cotidiano escolar e analisar os desafios enfrentados pelos docentes para inserir tais práticas no currículo de maneira sistemática e significativa.
A justificativa norteadora dos trabalhos está na urgência de se formar sujeitos ambientalmente conscientes e socialmente comprometidos, sobretudo em regiões de rica biodiversidade e vulnerabilidade ambiental, como o Pantanal mato-grossense. A Educação Ambiental, nesse sentido, deve ser vista não como disciplina estanque ou ocasional, mas como dimensão transversal e contínua, permeando todas as áreas do conhecimento e sendo incorporada ao Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas.
A metodologia adotada em dois momentos de estudos envolveu a aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas com professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I de instituições públicas e privadas em Cáceres. A coleta de dados respeitou os trâmites éticos exigidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNEMAT. O primeiro artigo baseou-se na análise de 14 questionários respondidos, enquanto o segundo aprofundou a análise qualitativa por meio de entrevistas, buscando captar as percepções dos docentes quanto ao conceito de EA, as práticas pedagógicas adotadas e os obstáculos enfrentados na sua efetivação.
Entre os principais achados, destacam-se a compreensão generalizada por parte dos professores sobre a importância da EA, especialmente no que se refere ao uso racional da água e à preservação do meio ambiente. As práticas relatadas incluem rodas de conversa, uso de vídeos educativos, cartazes, atividades lúdicas e projetos institucionais. No entanto, os artigos também revelam entraves significativos: ausência de formação continuada específica, escassez de recursos e materiais didáticos, burocracias que impedem aulas de campo e falta de apoio institucional.
Outro dado importante revelado nas entrevistas é que, embora os professores demonstrem iniciativa individual para tratar da temática ambiental, a ausência de políticas públicas e de articulação com órgãos ambientais fragiliza a eficácia das ações. Os relatos indicam que muitas das práticas ainda ocorrem de forma esporádica, limitadas a datas comemorativas, não havendo um planejamento pedagógico contínuo que integre a EA de maneira crítica, emancipatória e contextualizada.
Em síntese, o estudo defende a centralidade da Educação Ambiental na formação cidadã e apontam que sua inserção efetiva exige não apenas vontade docente, mas também formação adequada, investimentos públicos, participação da comunidade e integração com os contextos locais. A EA, quando compreendida como prática ética, epistemológica e política, torna-se um instrumento poderoso para a construção de uma sociedade sustentável, equitativa e resistente.