Comunidade de abelhas (Hymenoptera: Apoidea) de Mato Grosso, Brasil - Diversidade, uso, manejo e conservação
agroecossistemas, polinização, polinizadores, serviços ecossistêmicos, termorregulação
As abelhas são os principais polinizadores bióticos dos ambientes naturais e artificiais. A diversidade de abelhas nativas do Brasil negligenciadas como possíveis polinizadoras de culturas agrícolas é de 88,4%. Os processos de substituição das paisagens para urbanização e atividades agropecuárias, tem gerado alterações climáticas, bem como redução de recursos necessários á sobrevivência das abelhas. Os sistemas agropecuários do Brasil são monoculturais, e estes necessitam do uso de agrotóxicos que podem causar redução na população de abelhas. Dentre as alterações climáticas, pode-se destacar o efeito do aquecimento global, associado a isso, em algumas regiões do Brasil as temperaturas comumente já estão acima da temperatura de conforto térmico, e como agravante alguns agrotóxicos estão associados à alterações na capacidade de termorregulação das abelhas. Devem ser tomadas medidas de redução do desmatamento associado à recuperação ambiental, bem como a adoção de práticas agropecuárias que minimizem os danos ambientais. Para tratar dos temas apontados a tese foi dividida em cinco capítulos. No capítulo 1, intitulado “O que se conhece sobre a fauna de abelhas em Mato Grosso? O estado de maior produção agropecuária do Brasil”, submetido à revista Journal of Insect Conservation. Realizamos uma revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos publicados entre 1945 até julho de 2020, tratando da temática do conhecimento atual sobre a diversidade de abelhas no estado de Mato Grosso. No capítulo 2, intitulado “Polinizadores visitam o girassol durante todo florescimento, aumentando a produtividade e uniformizando as semente”, publicado na revista Novos Cadernos NAEA. Objetivou-se verificar o efeito da polinização biótica na cultura da cultivar de girassol SYN 039A, associada ou não à adubação orgânica e, ainda, determinar em qual período de florescimento e qual horário do dia há maior abundância de visitantes florais. No capítulo 3, intitulado “Arborização e enxames populosos garantem a termorregulação do interior do ninho de Apis melífera”, publicado na revista Agroecossistemas. Objetivou-se identificar o local ideal no interior da colmeia para se aferir a temperatura, e avaliar se a temperatura interna da colmeia é afetada pelo tamanho da população de abelhas, e ainda verificar se na região sudoeste do Estado de Mato Grosso o manejo de manter as colmeias sob ambiente arborizado no verão ou em pleno sol no inverno garante a homeostase térmica. No capítulo 4, em fase de elaboração, intitulado provisoriamente de “Estrutura da comunidade de abelhas na região do alto curso do Rio Paraguai - Pantanal, Mato Grosso, Brasil”. Objetivou-se com este estudo, realizar um levantamento da fauna de abelhas no alto curso do rio Paraguai, e verificar se a estrutura e composição da vegetação interfere na estrutura e composição da comunidade de abelhas. No capítulo 5, em fase de elaboração, intitulado provisoriamente de “Abelhas e agrotóxicos: Um cenário de riscos com o aumento do uso de agrotóxicos”. Objetivou-se verificar o volume de vendas dos agrotóxicos no Brasil e em Mato Grosso. E posteriormente classificar estes princípios ativos quanto à nocividade para as abelhas, para então, verificar os possíveis riscos às abelhas associados ao uso destas substâncias.